Reuters
27/11/2002 - 09h22

Bin Laden ostentava plano para matar milhares, diz testemunha

da Reuters, em Hamburgo

O terrorista saudita Osama bin Laden ostentava um plano para matar milhares de pessoas nos Estados Unidos cerca de seis meses antes dos ataques de 11 de setembro de 2001, disse hoje Shadi Abdalla, que serviu brevemente como guarda-costas do chefe da rede Al Qaeda.

"Ele disse que haveria milhares de mortes", afirmou Abdalla a uma corte alemã, durante o julgamento do marroquino Mounir El Motassadeq, 28, a única pessoa indiciada na Alemanha sob acusação de conexão com os ataques de 11 de setembro.

Abdalla disse que havia trabalhado como guarda-costas de Bin Laden por cerca de duas semanas durante um treinamento da Al Qaeda em campos do Afeganistão e que tinha ouvido sobre os planos terroristas em um campo antes de sair do país, em maio de 2001.

O estudante de engenharia elétrica Motassadeq é acusado de auxiliar os ataques de 11 de setembro de 2001, que deixaram mais de 3.000 mortos nos EUA, e de pertencer à célula da Al Qaeda em Hamburgo, que supostamente liderou os atentados terroristas.

"Todas as pessoas [no campo] sabiam que Bin Laden disse que seria feito algo contra a América, mas o que ele tinha em mente ninguém sabia", afirmou Abdalla.

"Nos campos da organização radical islâmica no Afeganistão, a América era vista claramente como inimiga. Todas as pessoas que estavam lá disseram que os agressores dos países islâmicos deveriam morrer. Todo mundo de lá concordava com isso."

A testemunha também declarou que um suspeito-chave do plano de 11 de setembro, Ramzi Bin Al-Shaibah, fazia parte do círculo interno de Bin Laden e estava em frequente contato com o líder da Al Qaeda.

"Ele [Bin Al-Shaibah] tinha um posição especial no campo. Ele era muito próximo de Bin Laden e falava muito com ele e dava aulas na mesquita", declarou Abdulla, referindo-se ao homem que foi capturado no Paquistão em setembro e entregue aos EUA.

Abdulla, um palestino nascido na Jordânia, mudou-se para a Alemanha em 1997, onde conseguiu asilo. Ele descreveu sua estada no Afeganistão para a corte que abriga o primeiro julgamento de um supostos conspirador dos ataques de 11 de setembro.

Motassadeq reconheceu que também foi a um acampamento da Al Qaeda para aprender a atirar no meio do ano 2000 e conheceu muitos dos supostos sequestradores suicidas, como Bin Al-Shaibah, mas seus advogados negam que ele esteja envolvido nos atentados.

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