Reuters
13/12/2002 - 11h33

Presidente da Colômbia recebe mais poderes para negociar a paz

da Reuters, em Bogotá

O Congresso da Colômbia concedeu hoje poderes extraordinários ao presidente Álvaro Uribe para que ele negocie a paz e conceda anistia a paramilitares de direita envolvidos na guerra civil de 38 anos.

Os paramilitares declararam trégua em 1º de dezembro, com o objetivo declarado de negociar a paz. O governo combate também guerrilhas de esquerda.

"O caminho da paz, ao menos do ponto de vista legal, está assegurado", disse o ministro do Interior, Fernando Londoño.

Reuters - 22.mai.2002
Alvaro Uribe, presidente da Colômbia
Uribe, eleito com a promessa de agir com dureza contra a guerrilha, demonstra extrema cautela com a possibilidade da retomada do processo de paz, que fracassou sob o governo de seu antecessor, Andrés Pastrana.

Durante esse processo, Pastrana precisava pedir ao Congresso que concedesse "status político" a cada grupo guerrilheiro com o qual negociava. A iniciativa aprovada ontem poupará Uribe desse trâmite.

Em Washington, a chanceler colombiana, Carolina Barco, disse que o governo ainda está estudando os termos do cessar-fogo dos paramilitares, mas em princípio discorda da condição de que o governo passe a financiar o grupo rebelde.

Os Estados Unidos consideram os paramilitares como "terroristas", mesma classificação dada aos guerrilheiros de esquerda. O principal líder paramilitar, Carlos Castaño, já teve a extradição pedida por Washington.

A nova lei do Congresso não inclui a autorização para que Uribe anistie culpados de "atrocidades, terrorismo, seq estro, genocídio ou homicídio fora de combate". Em uma autobiografia, Castaño admitiu ter sido o mandante do assassinato do candidato à Presidência Carlos Pizarro, em 1990. Ele chamou o crime de "ato patriótico".



Entre as novas atribuições de Uribe está a de criar enclaves desmilitarizados, que devem ser controlados pelos grupos rebeldes e onde as negociações poderiam ocorrer em um clima de mais segurança.

Pastrana já usara essa estratégia, sem sucesso, ao conceder uma área do tamanho da Suíça à maior das guerrilhas comunistas do país, as Farc. As negociações se arrastaram durante anos e foram interrompidas definitivamente em fevereiro.


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