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13/12/2002 - 07h12

Coréia do Norte quer retirada de câmeras das centrais nucleares

da France Presse, em Tóquio

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) anunciou hoje ter recebido pedido da Coréia do Norte para a retirada dos lacres e das câmeras que integram o sistema de vigilância de suas instalações nucleares, depois de decidir retomar sua atividade no setor.

Em uma carta dirigida à autoridade de vigilância nuclear das Nações Unidas, a Coréia do Norte informa sua decisão de reativar suas instalações nucleares, paralisadas até agora por causa de um acordo de 1994 com os Estados Unidos, segundo nota divulgada ontem à noite em Viena.

"A carta da RPDC (República Popular Democrática da Coréia do Norte) pede que a AIEA retire os lacres e câmeras de vigilância de suas instalações nucleares".

Pyongyang "também informa sua decisão de recolocar em atividade seus centros de enriquecimento de urânio".

Após a divulgação da carta, o diretor-geral da AIEA, Mohammed ElBaradei, pediu a Coréia do Norte que "não tome nenhuma decisão unilateral para retirar os lacres ou impedir o funcionamento das câmeras".

Ontem pela manhã, a Coréia do Norte anunciou que iria reativar "imediatamente" suas instalações nucleares congeladas depois do acordo de 1994, informou a agência sul-coreana Yonhap, citando um comunicado de Pyongyang (capital e sede do governo).

No mês passado, a Coréia do Norte disse que o acordo de 1994 com Washington acabou, por causa da suspensão, por países liderados pelos EUA, do envio de combustível ao país- anunciada após revelações de que a Coréia tinha um programa de armas nucleares.

Com o acordo de 1994, a Coréia do Norte concordou em congelar seu programa nuclear em troca de 500 mil toneladas de óleo combustível por ano. Porém Washington considera que Pyongyang tornou o acordo de 1994 inválido ao ter admitido a James Kelly, secretário-assistente de Estado dos EUA, que estava tentando construir uma arma nuclear.

Em outubro, o Ministério das Relações Exteriores norte-coreano também afirmou que o país 'tinha o direito' de ter armas nucleares. Ainda em outubro, Washington disse que a Coréia do Norte tinha reconhecido que possuía um programa de produção de urânio enriquecido, um componente-chave das armas nucleares.

O presidente dos EUA, George W. Bush, pediu várias vezes a Pyongyang que pusesse fim a seu programa nuclear, afirmando que, sem isso, a Coréia do Norte teria problemas. Em janeiro passado, Bush incluiu a Coréia do Norte -ao lado do Iraque e do Irã- no que chamou de "eixo do mal".

Resolução Pacífica
"O comunicado feito pela Coréia do Norte... é lamentável", disse hoje o porta-voz da Casa Branca, Ari Fleischer, que acompanhava o presidente George W. Bush durante uma visita à Filadélfia.

"O anúncio insulta o consenso internacional de que o regime da Coréia do Norte deva cumprir todos os seus compromissos, em particular, destruir seu programa de armas nucleares", disse ele.

Ele disse que os Estados Unidos procuram uma resolução pacífica na disputa com a Coréia do Norte e que não entrará no diálogo com os norte-coreanos "em resposta às ameaças ou acordos quebrados".

Com agências internacionais

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