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13/12/2002 - 07h49

Bush volta a acusar Iraque, mas diz não querer prejulgar dossiê

da Folha Online

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, disse que não quer prejulgar a declaração do Iraque sobre seu programa de armas de destruição em massa, mas acrescentou que seu "instinto" lhe diz que o líder iraquiano Saddam Hussein "é um homem que nega e engana", segundo uma entrevista concedida à rede de televisão ABC.

"Não quero prejulgar a declaração. Mas meu instinto indica que Saddam Hussein é um homem que engana e nega. É um homem que obtém seu poder pela tortura e o terror", declarou Bush na entrevista que será divulgada hoje.

Fotomontagem
Os presidentes George W. Bush (à esq.), dos Estados Unidos, e Saddam Hussein, do Iraque


"Estou preparado para falar. Mas é verdade que ele enganou o mundo no passado". Se Saddan está agindo da mesma maneira, "o tempo dirá", acrescentou o presidente.

Sobre as atuais inspeções da ONU (Organização das Nações Unidas) no Iraque, Bush disse que "os inspetores estão ali para verificar se Saddam Hussein está se desarmado realmente".

"Vamos examinar a declaração que entregaram e analisá-lo completamente.
Faremos os comentários quando for apropiado dizer o que encontramos nele", afirmou o presidente. "Se Saddam Hussein não se desarmar, será desarmado em nome da paz", disse.

"A guerra é minha última opção", afirmou, ao lembrar que é a única pessoa que pode decidir sobre o envio de soldados americanos.

No sábado passado (7), um dia antes da data-limite estipulada pela resolução 1.441 dos EUA, o Iraque entregou um relatório detalhado com as informações sobre as armas que afirmam possuir, incluindo armas químicas, nucleares e biológicas. O país afirma não possuir armas proibidas. O relatório iraquiano tem 11.807 páginas, 352 delas de anexos e 529 megabytes de dados de computador.

Os EUA afirmam ter "provas substanciais", incluindo dados não divulgados, de que o Iraque manteve e até acelerou seus programas de armas de destruição em massa, em desacordo com determinações das ONU.

No dia 27 de novembro, os inspetores de armas da ONU voltaram ao Iraque e retomaram os trabalhos de inspeção de armas de destruição em massa no país.



Os Estados Unidos e o Reino Unido acusam o Iraque de ter um arsenal de armas químicas e biológicas que vai contra as determinações da ONU (Organização das Nações Unidas), e de estar construindo instalações para fabricar mais armamentos. Ademais, Saddam é acusado pelos dois países de ter fortes relações com grupos terroristas que são capazes de utilizar "armas de destruição em massa". Bagdá nega as acusações.

O desarmamento dos arsenais de destruição em massa e mísseis iraquianos foi determinado pela ONU após a Guerra do Golfo (1991) como uma punição ao Iraque, que invadiu o Kuait em 1990.

Entre 1991 e 1998, a Comissão Especial da ONU para o Desarmamento do Iraque visitou dezenas de locais e destruiu grande quantidade de armas. Washington e Londres dizem que o país continua tentando fabricar uma bomba atômica e seria capaz de disparar mísseis com ogivas químicas e nucleares 45 minutos após dadas as ordens. Bagdá também nega ter esses armamentos.

No dia 13 de novembro, o Iraque aceitou de forma incondicional a nova resolução da ONU, chamada de resolução 1.441, aprovada por unanimidade pelo Conselho de Segurança no dia 8 de novembro.

A resolução determina a entrada de inspetores de armas no país, com acesso ilimitado a todo e qualquer local suspeito de produzir armas químicas, biológicas ou nucleares -inclusive os palácios do governo iraquiano. Caso contrário, o Iraque enfrentará "sérias consequências". O grupo de trabalho possui 270 inspetores, de 48 países. Estarão trabalhando cem de cada vez.

No dia 21 de fevereiro de 2003 os inspetores de armas devem entregar ao Conselho de Segurança da ONU um relatório final sobre sobre a situação de armamento do Iraque.

Com agências internacionais

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