Reuters
04/02/2003 - 19h29

Europa cogita missão de paz a Bagdá e reunião sobre guerra

da Reuters, em Atenas (Grécia)

A União Européia disse hoje que pode participar de uma última tentativa de uma missão de paz árabe em Bagdá e também intensificou os esforços para realizar um encontro de emergência a fim de resolver diferenças internas em suas políticas em relação ao Iraque.

Mas a divisão entre a chamada "Velha Europa" e a "Nova Europa" tornou-se visível.

O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, aliado dos EUA contra o Iraque e representante da "Nova Europa", não conseguiu apoio francês para a guerra.

Em encontro com Blair hoje, em Le Touquet, o presidente da França, Jacques Chirac, insistiu que os inspetores de armas da ONU devem receber todo o tempo e os recursos necessários para desarmar o Iraque de maneira pacífica, reafirmando que, para os franceses, "a guerra é a pior de todas as opções".

O ministro do Exterior da Grécia, George Papandreou, que também pertence ao campo da "Velha Europa", como a França, disse que recebeu a mesma mensagem de líderes árabes, que também tentam realizar um encontro para manifestar apoio à idéia de mais tempo para os inspetores.

"O mundo árabe e a Liga Árabe estão muito mais dispostos a tomar iniciativas e enviar enviados de paz a Bagdá", disse Papandreou em Beirute. Ele também esteve na Síria e na Jordânia antes de viajar ao Líbano.

Papandreou, que reuniu-se com o presidente sírio, Bashar al-Assad, e com o rei Abullah da Jordânia, disse que uma missão árabe para dizer a Saddam pessoalmente que seu prazo terminou é uma "possibilidade real".

"Eles [árabes] acham que vale a pena uma última tentativa", disse Papandreou a repórteres em Beirute, antes de embarcar em direção a Nova York.

"Falamos sobre a possibilidade de os enviados serem árabes, ou da UE e árabes", disse Papandreou, que ouvirá o discurso do secretário de Estado norte-americano, Colin Powell, sobre as supostas evidências contra o Iraque.

"`Mas o clima na Europa também é o de fazer um último esforço", disse.

Depois de Nova York, Papandreou deverá encontrar-se com os líderes do Egito e da Arábia Saudita.

Afirmando que uma guerra contra o Iraque não é inevitável, Papandreou declarou: "Não é hora de resignar-se com a guerra. É hora de iniciativas".

Na Grécia, o porta-voz do primeiro-ministro Costas Simitis disse que o líder grego conversou por telefone com os primeiros-ministros de Reino Unido, Itália, Portugal e Suécia a respeito de uma reunião de emergência da UE.

Cinco dos 15 países da UE assinaram uma carta conjunta apoiando a política de ameaça de uso da força pelos EUA. Já a França e a Alemanha são contra qualquer tipo de ação militar.

O Reino Unido é o mais próximo aliado dos EUA, enquanto o chanceler alemão, Gerhard Schröder, está isolado na oposição a qualquer ação militar, mesmo que o Conselho de Segurança da ONU autorize.

O porta-voz da Comissão da UE disse que não foi determinada uma data para a reunião e que a decisão será tomada somente após a apresentação de Powell ao Conselho de Segurança da ONU.

"Há iniciativas, há discussões e a decisão final será tomada após o encontro do Conselho de Segurança da ONU", disse a repórteres o porta-voz do governo grego, Christos Protopapas.

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