São Paulo, quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

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Toda Mídia

Nelson de Sá

A quarta do mundo

Na manchete do UOL, à noite, "Bovespa quase zera perdas do ano". Em despacho da Reuters, "Ações de Bovespa e BM&F sobem com conversa sobre fusão".
Foi a notícia sobre o Brasil, no dia. As duas Bolsas anunciaram anteontem à noite, com eco imediato por Bloomberg e outras agências. E ontem o "Wall Street Journal" já postou longa reportagem -e o "Financial Times" adiantou análise sobre o eventual negócio.
No "WSJ", o correspondente Antonio Regalado abriu dizendo que a Bolsa resultante da fusão "seria a quarta maior do mundo", "consolidaria o Brasil como o mercado financeiro dominante da América Latina" e que "deve voltar olhos para comprar outras Bolsas da região", casos de Chile, Peru. A breve análise do "FT" foi menos animada, dando como "consolidação" -e por interesse dos acionistas das duas, nada mais.

PETROBRAS, PETROBRAS
Nas manchetes de Folha Online, Globo Online e outros, ontem ao longo do dia todo, "Dados furtados da Petrobras são de megacampo de gás em Santos". São de Júpiter. E também o "Jornal Nacional" acordou para a Petrobras, com "Uma revelação exclusiva: a lista de objetos roubados da Petrobras é maior do que a divulgada pela polícia".

E PETROBRAS
Já o site do "WSJ", também mais atento à estatal, deu que "Reservas de petróleo do Brasil atingem 12 trilhões de barris", sem contar o campo ultraprofundo de Tupi", e que "Petrobras e Mitsui formam joint-venture para duto de etanol, o primeiro do mundo".

"REVOLTA POPULAR"
Ontem até na AP, "Multidão ataca agentes antidesmatamento na Amazônia". Para a agência, "revolta popular".
Depois o "JN" destacou longamente, na escalada, que "a polícia do Pará prende quatro suspeitos de incitar milhares contra fiscais do Ibama".

AGORA, A BEBIDA
O "Christian Science Monitor" deu que, após adotar uma das leis antitabaco "mais duras no mundo", o Brasil agora visa bebidas alcóolicas. E o alvo é a publicidade, de novo.

RAÚL E O BRASIL
Kennedy Alencar noticiou na Folha que, para o irmão de Fidel, Raúl Castro, "o Brasil seria um parceiro mais conveniente do que a Venezuela", agora. Ontem, em texto crítico à linha dura dos EUA com Cuba, o "Washington Post" sublinhou que o Brasil, com linha de crédito de US$ 1 bilhão, "ofereceu uma alternativa" contra a Venezuela. Outros, como o "WSJ", registraram. E o "Miami Herald" deu em título que "Raúl poderá buscar petróleo fora da Venezuela", ou seja, "ele provavelmente vai abrir a porta para acordos de energia com o Brasil, em exploração de petróleo, mas também na produção de etanol de cana".

"BABY BRAZIL"
wsj.com

O "WSJ" vai além e já descreve Cuba como "Baby Brazil" para o etanol. Linkou estudos dos EUA dizendo que a produção poderia até se comparar à do Brasil -e como "o regime" impediu a entrada de gigantes como a ADM

A ILHA
O jornalista Fernando Morais, autor de "A Ilha" e "primeiro brasileiro a encontrar Fidel depois da revolução", disse ao site Comunique-se que "não há perigo nenhum de que Cuba se renda ao capitalismo". Defende o país citando cartaz que viu há duas décadas: "Esta noite 200 milhões de crianças vão dormir na rua. Nenhuma é cubana". Acrescenta ele, "e é verdade".

SEM DÚVIDA
E o jornalista Frei Betto disse à Reuters que "se iludem os que pensam que há qualquer sinal de volta do capitalismo", sem Fidel. O efeito imediato da renúncia, avaliou o "castrista histórico", é que, "sem nenhuma dúvida, Raúl será eleito" presidente pela nova Assembléia Nacional.

RAÚL E OBAMA
Já o jornalista Ignacio Ramonet, editor do "Le Monde Diplomatique" e co-autor de "Fidel Castro: Minha Vida", escreveu ontem no britânico "Guardian" o artigo "A saída de Fidel significa continuidade. Por mudança, olhe para Obama". Avalia que "o futuro de Cuba vai depender de quem ganhar a Casa Branca".
Barack Obama se distinguiu de John McCain na cobertura, anteontem, ao admitir "relaxar o embargo", em caso de abertura democrática.

DOIS CONTRA UM
Obama venceu mais duas e, no enunciado do "New York Times", ontem à noite, "é alvo de McCain e Clinton". John e Hillary, juntos no ataque, com discurso contra a retórica supostamente vazia de Obama.


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@ - Nelson de Sá



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