São Paulo, quinta-feira, 03 de novembro de 2011 |
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O FAMINTO Comida sem frescura ANDRÉ BARCINSKI
Não existe lugar como o Mercadão
NA COLUNA passada, citei um mercado sensacional que conheci em Paris, o Marché Saint-Quentin, onde me abasteci de queijos, frios e vinhos para um inesquecível piquenique em um parque local. Para a minha surpresa, vários leitores escreveram dizendo que costumam fazer o mesmo em passeios ao exterior: montar um belo farnel e comer em um banco de praça qualquer. Um leitor resumiu tudo: "Quer conhecer a culinária local? Vá ao mercadão da cidade!". Eu não poderia concordar mais. E lembrei de tardes agradáveis que passei com a família em uma pracinha da Lapa, degustando queijos, castanhas e biscoitos comprados no mercado municipal do bairro (r. Herbart, 47) -bem mais tranquilo que o Mercadão do centro. Em Paris, além dos mercados, outros locais imperdíveis para um lanche ao ar livre são as delis judaicas do bairro de Marais, em especial a famosa Sacha Finkeljstajn (27, rue des Rosiers), com sua seleção de pães, doces, bolos, pastramis, burekas, pierogis, gefiltefish e conservas em geral. De enlouquecer. De Paris, fomos a Praga, onde praticamente acampamos na Jan Paukert (Narodni, 17), uma delicatessen fundada em 1916 e que oferece incontáveis frios, carnes defumadas, patês e sanduíches tchecos típicos, além de vinhos locais. O lugar oferece mesas, mas é bem mais divertido levar a merenda para algum dos muitos parques da cidade e comer observando o cair da tarde em Praga. Agora, banquete de verdade, fizemos no Mercado Central de Budapeste (Vamhaz Korut, 1-3). O andar térreo é incrível, com infinitas opções de queijos, frios, strudels, caviares, carnes defumadas e vinhos. Além, claro, de montanhas de páprica, orgulho da culinária local (não à toa, há um canal de gastronomia na TV húngara chamado "TV Paprika"). Mas o melhor fica no subsolo: as lojinhas especializadas em conservas e peixes defumados. Comer uma conserva de pimentão recheado com repolho ou um arenque defumado, observando o pôr do sol no Danúbio, é uma experiência gastronômica/turística difícil de bater. Texto Anterior: Picadinho: Quem come o quê e outros petiscos Próximo Texto: Fogo Alto - André Mifano: Da moqueca ao pato no tucupi Índice | Comunicar Erros |
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