São Paulo, quinta-feira, 04 de agosto de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros ANÁLISE História está marcada como antes e depois de Ferran Adrià RAÚL JIMÉNEZ GARCÍA ESPECIAL PARA A FOLHA Gênio dos fogões, alquimista pós-moderno ou cozinheiro molecular. Admirado, insultado ou invejado, muitos são os adjetivos e as etiquetas dados a Ferran Adrià. O que é indiscutível é que ele representa um ponto de inflexão na história da cozinha universal, um antes e um depois, como Carême ou Escoffier em seu tempo. Um visionário capaz de romper os paradigmas da profissão, que nos tem mostrado que na cozinha tudo pode ser questionado. No que concerne ao meu país, Adriá é o líder de um movimento que colocou a Espanha no olho do furacão da gastronomia internacional. Poderia ter se limitado a caminhar sozinho ou ter se apegado à sua cultura catalã, mas foi além. A Espanha é um país rico gastronomicamente: tem excepcionais vinhos, maravilhosos queijos e embutidos, carne de primeira, pescados e frutos do mar incomparáveis, e uma cultura gastronômica diversa e enraizada. A Espanha, antes só conhecida por seu sol, sua paella e sua sangria, hoje aparece com a chamada cozinha de vanguarda espanhola. Junto a Ferran, grandes profissionais têm mostrado ao mundo uma forma diferente de interpretar a cozinha, uma evolução que foi tão rápida e às vezes rompedora, que chegou a alcançar aspectos revolucionários. Agora que de alguma forma Ferran deixa de ser a cabeça visível, novos desafios aparecem no horizonte. O contexto econômico faz com que sejam necessárias novas fórmulas de negócio. Depois de uma década de inovação e criatividade, nos encontramos em uma etapa de assimilação e reflexão de tanta técnica e conceitos. E ainda há muito a percorrer para universalizar a cozinha espanhola no nível em que estão a francesa ou a italiana. Não podemos nos esquecer de que estão aí os irmãos Roca, Andoni Luis Aduriz, Quique Dacosta, Juanmari e Elena Arzak, Pedro Subijana, Carme Ruscadella, Dani Garcia, Marcelo Tejedor, Nacho Manzano, Pedro e Marcos Moran, Ricard Camarena e tantos e tantos outros. Sim, o futuro é promissor. RAÚL JIMÉNEZ GARCÍA é espanhol e chef do restaurante Clos de Tapas, em São Paulo FOLHA.com Leia o texto completo folha.com/co953392 Texto Anterior: Para desafetos, Adrià é 'anjo mau' da gastronomia Próximo Texto: Picadinho Índice | Comunicar Erros

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