São Paulo, quinta-feira, 08 de setembro de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

FOGO ALTO A visão de quem cozinha

SIMONE BERT

Temperei Maceió com ají


Conquistar os alagoanos pela boca com a culinária peruana foi um dos maiores desafios que já enfrentei


Introduzir pisco sauer, ceviches, tiraditos e pratos levemente picantes preparados com ají em Maceió.
Essa foi a minha primeira missão no Wanchako, restaurante peruano que abri há 15 anos na capital alagoana.
A dificuldade para conquistar as pessoas da minha cidade pela boca com a culinária peruana foi um dos grandes desafios que já enfrentei na vida. Mas não o único.
Antes, tive eu mesma de aprender sobre ela -a cozinha peruana-, e descobrir o que ela guardava para mim.
Quando é que eu, nascida em Alagoas e incondicionalmente apaixonada pela cultura nordestina, poderia imaginar que as tradições peruanas fariam parte da minha vida de uma forma tão intensa -e já por tanto tempo?
Lá se vão 30 anos da minha história com ela. Os mesmos 30 anos de minha história com meu marido, José Luis. Peruano, foi ele quem me apresentou ao mundo dos temperos, das receitas e dos aromas andinos. Ele e sua família. Foi vendo minha sogra na cozinha, e viajando para conhecer os ingredientes, que tive vontade de dar os primeiros passos rumo à abertura do Wanchako.
Hoje, os desafios continuam. Todo dia é um novo dia para ir em busca do peixe mais fresco, do melhor camarão, do polvo mais bonito... Todo dia é um novo dia para administrar problemas -sejam eles seus, dos seus funcionários ou dos seus clientes... E tudo isso tem de andar em harmonia, porque simplesmente não é permitido errar.
Mas todo e qualquer trabalho tem disso. E o importante é que hoje, eu, uma chef nordestina, fui convidada para escrever na Folha.
Para mim, é mais uma vitória. Algo que torna minha responsabilidade ainda maior. Quero aproveitar para agradecer aos que sempre acreditaram no meu trabalho (família, amigos, fornecedores e parceiros).
Aproveito também para dedicar esse depoimento -que considero um presente, ao sair a dois dias de o restaurante completar 15 anos e a 12 dias de eu completar 30 anos de casada- ao meu marido, meus amados filhos e netos.

SIMONE BERT é dona e chef do restaurante peruano Wanchako (rua São Francisco de Assis, 93, Maceió tel. 0/xx/82/3377-6024)



Texto Anterior: O faminto - André Barcinski: A caça ao galeto, parte 2
Próximo Texto: Quartel gourmet
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.