São Paulo, quinta-feira, 12 de maio de 2011

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DEPOIMENTO

"Bisteca malpassada vale o risco"

CRÍTICO DA FOLHA

Há umas duas décadas, poucos diriam que os Estados Unidos se tornariam uma Meca da gastronomia. Mas foi lá que, nessa época, provei meu porco inesquecível.
Estava em Berkeley, num dos restaurantes mais importantes dos EUA, o Chez Panisse, de Alice Waters.
Eu já conhecera o local, onde a chef servia menu fixo. Era famosa não só pelas receitas, mas por sua revolucionária visão -de usar ingredientes de produção local, em pequena escala, que se tornou a grande incentivadora da (hoje tão em voga) produção orgânica.
Mas dessa vez estava no Chez Panisse Café. Um lugar mais barato e informal, com um balcão que dava de frente para uma longa grelha, onde ardiam diferentes lenhas.
Foi onde pedi uma bisteca de porco. Porque tinha visto uma delas de relance, na grelha, contra a luz das brasas. Era irresistível, principalmente pela imponência dos ossos, e por sua espessura.
Sabe a bistequinha estorricada? Pois ela passou a ser um sacrilégio, depois de provar essa bisteca grossa, perfumada pela grelha de macieira, suculenta no seu cozimento "antes do ponto".
Desde então, decidi arriscar a vida, contra os alegados riscos à saúde, e passei a fazer meu porco ao ponto (no máximo). A não ser quando lentamente assado, o resto tem de sair do fogo cedendo gentilmente ao toque do dedo, ainda sumarento. A vida vale o risco! (JOSIMAR MELO)


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