ANDRÉ BARCINSKI

Paris é uma festa

Inesquecível é se abastecer de queijos ali e comer em alguma praça próxima, observando a tarde de Paris

O DESTINO: Paris. A missão: comer bem e barato na capital mundial da gastronomia.
Munido de dicas de amigos, passei alguns dias explorando os bistrôs, mercados e "charcuteries" da capital francesa, sempre fugindo de turistas e de cardápios em inglês, sinônimos de armadilhas.
O lugar mais memorável que visitei foi o Chez Gladines (30, rue des Cinq Diamants), bistrô de comida basca no agitado e boêmio bairro de Butte-Aux-Cailles. Sempre lotado, com mesas comunitárias onde se come com desconhecidos, tem comida sensacional e barata.
Destaque para as especialidades bascas, como omelete de presunto defumado, lulas ensopadas com batatas e um inacreditável atum grelhado com legumes.
Minha mulher quase desmaiou ao provar o pato defumado com batatas bascas. A conta, com vinho e sobremesa, deu € 38.
Ainda nesse bairro, vale visitar o Les Temps des Cerises (18-20 rue de La Butte-Aux-Cailles), outro bistrô alegre, ótimo e barato, com um confit de canard de outro mundo.
Outro pequeno bistrô que vem alegrando a vida dos parisienses é o Les Dingues (algo como "os malucos"). Situado perto da Gare de Lyon (17, rua de Rambouillet) e longe de turistas, vive lotado de famintos em busca de pratos como "viande au cognac" e ravióli ao molho de brie.
Para quem sonha com uma tarde parisiense saboreando patês, frios, queijos e vinhos, uma dica é o minúsculo e despojado La Vigne de Saint Laurent (2, rue St. Laurent), uma "charcuterie", onde passamos horas de sonho, provando toda a lista de queijos e vinhos. Preço: € 40 para o casal.
Bem próximo ao La Vigne de Saint Laurent fica o Marché Saint-Quentin (Boulevard de Magenta), um pequeno mercado com algumas das melhores lojinhas de queijos e frios que já vi.
Inesquecível é se abastecer de queijos ali e comer em alguma praça próxima, bservando a tarde de Paris.
Uma dica: nunca peça a primeira coisa deliciosa que vir. Sempre haverá algo ainda mais saboroso numa lojinha ao lado.


Texto Anterior: Picadinho: Quem come o quê e outros petiscos
Próximo Texto: Fogo Alto - Rodrigo Oliveira: Cachaça de cabeça... aberta
Índice | Comunicar Erros