São Paulo, terça-feira, 14 de outubro de 2008

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Cliente reclama de ONG de defesa do consumidor

Queixas se referem a atraso e a defeito em brinde eletrônico oferecido para quem se associa à entidade

MÁRCIO PINHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Fernando Avelino, gerente de locadora de veículos em Ribeirão Preto, conta que resolveu se associar a Pro Teste -entidade de defesa do consumidor- animado pela promoção na qual ganharia um MP3 e um hub (aparelho com relógio que amplia o número de entradas USB no computador). Ao receber esse último produto, constatou que o relógio não funcionava. Resolveu então pedir uma solução para o caso à entidade, o que, segundo disse ontem à Folha, não ocorreu. Fernando é um dos consumidores que enfrentam problemas em relação a uma promoção da ONG que dá brindes a quem se associa por um ano. Ele e outras 141 pessoas já manifestaram queixa no site "Reclame Aqui", espécie de blog do consumidor da internet que publica reclamações. No Idec e no Procon, também entidades de defesa do consumidor, em que as informações são publicadas após uma maior triagem, não houve registros contra a Pro Teste. Mas a própria empresa admite que há algumas reclamações, mas diz que são pequenas em comparação ao número de associados (leia texto ao lado). Ana Paula Simões é uma das que se queixam dos defeitos. Em reclamação postada no site em agosto, diz que seu "MP3 nem sonhou em funcionar" e disse que a atendente da Pro Teste não conseguiu auxiliá-la na resolução do problema. Além de problemas de demora na entrega e de funcionamento dos produtos, a forma como a promoção é divulgada também provoca reclamações. André Camargo, engenheiro de Itu, afirma ter recebido um "spam" da Pro Teste sugerindo que ele ganharia os brindes. A crítica se refere ao fato de que, na primeira página, aparece a frase: "Você gostaria de ganhar um presente grátis? Então não perca tempo... Clique agora no botão abaixo e descubra qual é este incrível presente e o que fazer para ganhá-lo". Depois, o consumidor é informado de que é preciso se associar. "Achei que era uma coisa errada por se tratar de um órgão de defesa do consumidor, por uma questão de credibilidade", afirmou André à reportagem. Na página em que o internauta se associa, ele diz saber que, até sua ordem "em contrário", fica associado e recebendo 11 volumes anuais da revista da Pro Teste. A informação não é conhecida, porém, de alguns associados, que afirmam que, após o primeiro ano, o débito automático permanece.

Colaborou EVANDRO SPINELLI, da Reportagem Local



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