São Paulo, domingo, 04 de novembro de 2007

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no grito

Corinthians troca "por favor" por bronca

Diretoria, técnico e atletas do ameaçado time, que hoje pega o Atlético-PR no Pacaembu, defendem discussão em campo

"Se o seu companheiro faz uma cobrança, é para o bem. Não vejo aqui ninguém passando por cima de ninguém", afirma Nelsinho

EDUARDO ARRUDA
LUÍS FERRARI
DA REPORTAGEM LOCAL

As discussões entre jogadores do Corinthians, que em alguns momentos beiraram a agressão física, têm o aval do técnico Nelsinho Baptista e da diretoria do clube.
À beira da degola, os entreveros entre atletas intensificam a agonia do clube, que tem nova chance, contra o Atlético-PR, no Pacaembu, de deixar a zona do rebaixamento do Brasileiro.
"No futebol, não dá para pedir por favor, passe a bola, marque direito, não erre. Os jogadores estão com a adrenalina a mil. A cobrança tem que existir", disse o treinador, enfatizando que a situação do time na tabela precipita cobranças mais rudes, pela pressão.
A última desavença ocorreu no gramado do Maracanã, na última quarta-feira. Após perder a bola que originou o segundo gol do Flamengo, o ala Iran foi repreendido, aos berros, pelo goleiro Felipe, que também se desentendeu com o zagueiro Fábio Ferreira.
Na derrota para o Náutico, por 1 a 0, nos Aflitos, o goleiro e os zagueiros Zelão e Betão por pouco não agrediram o meia Ailton, autor do pênalti que decretou o revés da equipe.
"Tem vários tipos de cobrança. Se o seu companheiro faz uma cobrança, é para o bem. Não vejo aqui ninguém passando por cima de ninguém. Todos estão no mesmo barco", afirmou Nelsinho, dando aval aos atritos entre seus comandados.
"[A discussão] é coisa normal de jogo. Eles estão sofrendo muita pressão e estão muito determinados a sair dessa situação", disse o vice de futebol do clube, Antoine Gebran.
Mais jovem do elenco, Lulinha, 17, que costuma ouvir conselhos e broncas, principalmente de Vampeta, defende as discussões. "Cobrança sempre teve na base, mas não igual ao profissional, e ainda mais nessa fase em que estamos", afirmou.
"Felipe cobrou o Iran, e isso é normal. Eu prefiro não cobrar ninguém em campo, ficar mais na minha. Quando sou cobrado e sei que estou errado, procuro sempre ouvir, para corrigir."
Anteontem, Nelsinho disse ter conversado, separadamente, com Felipe e Iran. O goleiro tem afirmado que as discussões em campo não refletem no relacionamento do grupo.
"Em campo, é normal ter pequenas discussões, mas o objetivo de todos é vencer. Se for para a gente discutir para conseguir o resultado, tudo bem. A gente precisa de tranqüilidade", comentou o atacante Finazzi, 34, um dos mais experientes do grupo corintiano.
Em 18º lugar, com 41 pontos, o Corinthians está há oito rodadas na zona de descenso do Nacional. Ontem, o time caiu uma posição graças à vitória do Paraná sobre o Goiás, por 1 a 0.
Para Nelsinho, o jogo contra os paranaenses será o mais favorável para o time conseguir sair dela. "Esta é a rodada em que temos mais oportunidade para deixar a zona do rebaixamento. Jogamos em casa, e nossos adversários diretos jogam fora", analisou o treinador.


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