Para fugir da guerra de preços, mercados remodelam ambientes

DE SÃO PAULO

A chegada das grandes redes ao varejo de vizinhança, com bandeiras como ExtraFácil e Dia, é tida como ameaça aos pequenos supermercados. Mas não é a única. "Quem ganhava na informalidade deve encontrar novas saídas para crescer", assinala Martinho Paiva, vice-presidente de comunicação da Apas (Associação Paulista de Supermercados).
Ele se refere ao aperto do cerco fiscal com iniciativas como o Sped (Sistema Público de Escrituração Digital), que obriga empresas a adotarem regras fiscais rígidas.
Não adianta entrar na guerra de preços, alerta Francisco Alvarez, professor de marketing da Universidade de São Paulo e diretor da consultoria Trade Marketing, voltada ao varejo.
"O que motiva o cliente a escolher uma loja é como ele se sente durante a compra", sinaliza Alvarez.
Por isso, uma das apostas dos atacadistas é prestar a seus clientes consultoria personalizada para aprimorar o aspecto da loja.
O União Atacado e o Aliança Atacadista são exemplos.
Suas redes Super Sim e Rede Biz, respectivamente, concedem esse tipo de benefício a seus membros.
Na Rede Biz, o projeto é gratuito, mas executá-lo fica por conta do cliente.
"O valor varia de acordo com o tamanho e as condições da loja", afirma Gilson Cantuário, responsável pelo marketing do Aliança.
Segundo Adir Ribeiro, da consultoria Praxis Education, o investimento altera a percepção do cliente.
"Lojas padronizadas dão impressão de um negócio mais estruturado", indica.
Consultores apontam como recursos para crescer nesse ambiente o aumento do sortimento de produtos, a renovação do ambiente e a gestão de categorias.
"Vários estabelecimentos oferecem um "mix" similar", destaca Alvarez.


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