São Paulo, domingo, 31 de Julho de 2011

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IN LOCO

Por Eliane Trindade, de Paris

amar
paris é...

...pegar carona no sucesso do filme de Woody Allen e conhecer
os Hotéis, restaurantes e livrarias de "Meia-Noite em Paris"

O que se vê do terraço é ?um mar de tetos e chaminés. Em destaque, erguem-se majestosos o domo dourado dos Invalides, o telhado verde da Madeleine, a silhueta da torre Eiffel e, ao longe, a brancura ?da igreja Sacré-Coeur. O ce-?nário privilegiado é o da suíte ?Panoramique, do hotel Le Bristol, numa das zonas mais elegantes da capital francesa.

No sétimo andar, o apartamento de 180 m2 -dois quartos, sala e terraço- foi escolhido por Woody Allen como cenário para seu último filme, "Meia-Noite em Paris". É ali que os protagonistas Gil (Owen Wilson) e sua noiva Inez (Rachel McAdams) discutem a relação, cercados ?pelos confortos cinco estrelas que custam 8.330 euros (R$ 18,5 mil) por dia.

Maior sucesso comercial da carreira do diretor americano, a comédia romântica -que já arrecadou US$ 73,9 milhões- embala também a imaginação dos turistas. Na esteira do longa, o Le Bristol passou a oferecer um pacote de duas noites a 2.670 euros (R$ 6.000), em quarto básico e com direito a jantar no restaurante Gastronomique.

O diretor, junto de sua mulher Soon-Yi Previn e das duas filhas adotivas do casal, morou ali por três meses. A ?família ocupou uma suíte ?Penthouse (325 m2 e diária de 10,5 mil euros, ou R$ 23,5 mil) entre junho e agosto de 2010, enquanto ele filmava. "Allen encontrou aqui a quintessência de um luxo tipicamente francês, ao mesmo tempo sofisticado e sem ostentação, aconchegante e caloroso como uma casa", diz a diretora de vendas do hotel, Caroline Goux.


NADA SIMPÁTICO

Passear pelas ruas de Paris guiado pelo diretor americano é mergulhar também no charme da Rive Gauche, em pro-gramas que cabem em todos os bolsos. Entra em cena o ?Quartier Latin, com as ruas e os cafés preferidos de intelectuais e artistas do passado.

Alter ego de Allen, o protagonista do longa, um roteirista frustrado que deseja ser escritor, divide suas angústias com ícones que fizeram de Paris uma festa nos anos 1920. Gil viaja no tempo em um carro antigo que o pega sempre à meia-?noite e o leva para festas com seus ídolos Ernest Hemingway, ?T.S. Eliot, Josephine Baker e Gertrude Stein.

Parada obrigatória é a ?Crémerie Restaurant Polidor, onde Hemingway batia ponto. Hoje o local exibe na fachada uma foto de Allen durante as filmagens no verão passado.

"Já éramos famosos antes", afirma a gerente Amélia de ?Oliveira, 59, uma portuguesa que não guarda boas lembranças do set. "Woody Allen não foi nada simpático", diz.

Bem próximo dali, no restaurante Balzar, nos arredores da universidade Sorbonne, o diretor norte-americano deixou saudades. "Ele sempre pedia o filé Chateubriand com molho béarnaise e fritas", conta o maître Gabriel Chahed, 64.

Com um bigode ao estilo Napoleão, ele lamenta ter sido cortado do longa, mas fala com prazer da clientela que faz a fama da brasserie desde 1886: de Jean-Paul Sartre a Albert Camus e André Malraux.

Outra dica do filme é a livraria Shakespeare & Company. Entre um take e outro, o ator Owen Wilson saiu de lá com uma edição de segunda mão de "Lolita", obra-prima de Vladimir Nabokov.

É possível ainda fazer todo esse roteiro a bordo do charmoso Peugeot Landaulet 184, fabricado em 1928. O modelo usado no filme é alugado para tours que passam obrigatoriamente pela ruazinha sinuosa que leva à escadaria da igreja Saint-Étienne-du-Mont.

O badalar dos sinos e os versos de Cole Porter são a senha para se deixar contagiar pela magia de Paris, antes ou depois da meia-noite.

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