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DE SÃO PAULO
Guia da Folha
 

DE 18 A 24 DE MAIO DE 2007

 

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CINEMA

O Hospedeiro

Sul-coreano mistura uma série de gêneros

Ricardo Calil

Filme de maior bilheteria da história da Coréia do Sul, "O Hospedeiro", de Bong Joon-ho, é mais uma prova de vitalidade do cinema atual do país asiático (que pode ser comprovada também por "Lady Vingança", em cartaz).

O filme começa quando um cientista americano ordena o despejo de substâncias tóxicas em um rio de Seul. Anos depois, um ser monstruoso, parecido com um enorme lagarto, surge das águas para matar um grupo de pessoas e seqüestrar a menina Hyun-seo (Ko A-sung). Seu pai Gang-du (Song Kang-ho), o avô, o tio e a tia decidem deixar suas diferenças de lado e se unir para resgatá-la.

Mas, como os americanos acreditam que o monstro é hospedeiro de um vírus fatal, o governo sul-coreano interdita as áreas em torno do rio e isola as pessoas que tiveram contato com a criatura -incluindo o desastrado pai da garota.

Joon-ho chega a um resultado de grande frescor a partir de uma curiosa mistura de gêneros. A princípio, "O Hospedeiro" parece um filme de monstro clássico, um "God- zilla" com tratamento mais pop. No entanto, o cineasta acrescenta a essa fórmula um tanto de comédia (que varia do nonsense ao pastelão), de comentário político (sobre as relações da Coréia com os Estados Unidos) e também de drama familiar.

Até a metade, a mistura funciona maravilhosamente bem, com um punhado de momentos antológicos -como a seqüência em que a família recebe a (falsa) notícia de que Hyun-seo está morta. Mas, a partir de um certo ponto, Joon-ho parece se desinteressar da história e tentar provar seu talento de diretor a cada cena, buscando sempre o ângulo de câmera mais inusitado, a situação mais bizarra -mesmo tipo de problema que acomete o cinema de Chan-wook. No balanço final, as partes isoladas de "O Hospedeiro" funcionam melhor do que sua soma.
Capa

Cinema

Da série de filmes de terror orientais, estréia "O Hospedeiro", do sul-coreano Bong Joon-ho

Exposições

Os instigantes trabalhos cinéticos de Carlos Cruz-Diez estão no Gabinete de Arte Raquel Arnaud

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