CRIANÇA

CRÍTICA | As Três Penas do Rabo do Grifo

Menos é mais em releituras de contos dos Grimm

Gabriela Romeu

Uma atriz e um músico em cena, alguns objetos no palco e figurino monocromático, pouca cor. É com força narrativa e maestria na interpretação que Ana Luísa Lacombe conduz o espetáculo "As Três Penas do Rabo do Grifo".

Ela reconta uma história dos Irmãos Grimm que ouviu da mãe, que ouviu da avó --a bisavó Nita. Figurino e cenário parecem compor uma fotografia antiga, sépia, emoldurada por uma narrativa que vem sendo passada de geração em geração.

No enredo labiríntico, escrito em parceria com Paulo Rogério Lopes, Ana Luísa Lacombe é uma habilidosa tecelã ao desfiar o novelo da jornada do herói, o filho caçula de um lenhador que enfrenta perigos para se casar com a princesa.

Os poucos elementos cênicos --um cabideiro ou uma cadeira-- são meticulosamente manipulados e ajudam a construir personagens, que ganham inusitados contornos no arsenal de gestos, expressões e entonações da ágil atriz.

As saborosas canções originais de Jean Garfunkel, assim como a sonoplastia executada ao vivo por Betinho Sodré, aceleram e pontuam o percurso, fazendo com que a longa saga do herói não pareça uma estrada sem fim.

Avaliação: ótimo.

Indicação do "Guia": a partir de 5 anos.

Teatro Sérgio Cardoso - sala Paschoal Carlos Magno - r. Rui Barbosa, 153, Bela Vista, tel. 3288-0136. 144 lugares. Sáb. e dom.: 16h. Até 1º/6. Ingr.: R$ 30. CC: AE, D, M e V. Ingr. p/ 4003-1212 ou www.ingressorapido.com.br. a d i t