DANÇA

Céu na Boca

Quasar discorre sobre o palpável e o intangível

Laila Abou Mahmoud

Refletindo sobre a dualidade entre o paraíso desejado e a realidade que nos é oferecida, o diretor artístico do grupo Quasar, Henrique Rodovalho, montou "Céu na Boca", coreografia que volta a São Paulo amanhã (dia 27) e domingo. "Quando eu falo do céu, remeto ao paraíso. Já a boca é o desejo, o que pode ser discutido", explica Rodovalho.

Inspirado no universo da física e das explosões estelares, o espetáculo traz oito bailarinos em um cenário vazio, sem espaço e tempo definidos. Seus figurinos são multifuncionais e seus movimentos de atração e repulsa são embalados ora pela big band kitsch de Ray Coniff, ora pelo eletrônico de Hendrik Lorenzen.

Uma das mais importantes companhias de dança contemporânea do país, a Quasar ficou no último ano desfalcada de um importante patrocinador. Alguma relação com o espetáculo? "Sim. Apesar de todos acreditarem que tudo vai bem, tentamos nós também tirar o máximo desse mínimo", afirma o diretor artístico, que completa: "Esse céu não existe".

Sesc Santana - teatro - av. Luiz Dumont Villares, 579, Santana, região norte, tel. 2971-8700. 349 lugares. Sáb.: 21h. Dom.: 19h30. Até 28/3. 70 min. Não recomendado para menores de 12 anos. Ingr.: R$ 2,50 a R$ 10. Estac. (R$ 7 p/ 1 ª h mais R$ 1 p/ h adicional). d i