DISCO

Luto sensual
Quinto álbum da francesa Charlotte Gainsbourg, “Rest” esconde, sob batidas eletrônicas minimalistas e texturas “ambient”, algumas das letras mais tristes e confessionais da música pop dos últimos anos. O disco foi inspirado pelas mortes do pai de Charlotte, o artista e boêmio Serge Gainsbourg (1928-1991), e da fotógrafa Kate Barry, meia-irmã da cantora, e traz colaborações com Paul McCartney e Guy-Manuel de Homem-Christo (Daft Punk). Poucas vezes o luto soou tão sensual. 

Rest. Artista: Charlotte Gainsbourg. Gravadora: Because Music (2017, R$ 40,90, em livraria.folha.com.br) 

FILME

Humor ácido
A Netflix apresenta a cinebiografia de Doug Kenney (1946-1970), um humorista que teve carreira curta e trágica, mas influenciou boa parte do humor americano dos anos 1970. Kenney foi um dos fundadores da revista National Lampoon, que chocava por textos ácidos, humor negro e desrespeito absoluto pelo establishment. Seu estilo foi copiado por muita gente, notadamente pelo programa de TV Saturday Night Live.

Fútil e Inútil. Direção: David Wain. Elenco: Will Forte, Domhnall Gleeson, Emmy Rossum. Disponível na Netflix

LIVRO

Monstro bicentenário
O clássico sobre um cientista que cria um ser de aparência monstruosa, mas inteligente e sensível (bem diferente das versões cinematográficas), acaba de fazer 200 anos. A história da autora é fascinante: Mary Shelley começou a escrever o livro aos 18 anos, durante viagem à Suíça, em companhia dos poetas Lord Byron e Percy B. Shelley. O livro foi publicado anonimamente em 1818 —o nome da autora só apareceu em edições posteriores.

Frankenstein. Autora: Mary Shelley. Editora: DarkSide (2017, 304 págs., R$ 59,90 em livrariadafolha.com.br)