Ask Ariely: Um economista comportamental responde perguntas sobre festas de fim de ano

Resoluções de Ano Novo funcionam todos os anos, durante cinco dias antes do Ano Novo e dois dias depois

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Querido Dan,

Todo ano é o mesmo problema: meu marido e eu lutamos para acharmos um presente perfeito para o pai dele apenas para assistir que eles fiquem sem uso algum e abandonados para sempre. São bons presentes, também, caros e de alta qualidade ferramentas especiais para seu carro, dispositivos tecnológicos de última geração, etc. Mas, anos depois, trombamos com a caixa de ferramenta fechada ou o dispositivo tecnológico sem uso e largado num canto. E o pior, ele ainda prefere as suas chaves de fendas quebradas que ficam dentro de um saco plástico velho e rasgado!

OK, uma velha história, eu sei. Mas seria tão errado se nós simplesmente pegássemos os presentes de volta? Ele não os quer. Nós poderíamos usá-los nós mesmos. Como os objetos eram "nossos" em um ponto, sentimos que ainda retemos algum interesse residual no que acontece com eles. É porque investimos tanto empenho e esforço em adquiri-los?

Obrigado por tudo e boas festas!

—Veronica

Não, você não pode levar os presentes de volta. (Note que eu não escrevi "seus presentes", porque eu não acho que você deveria imaginá-los como seus.)

O triste é que você e seu marido se sentem desconsiderados porque os presentes que vocês deram para o pai dele, mesmo escolhido com tanto esforço e custando caro não estão trazendo a felicidade que vocês esperavam dar a ele. Em vez de devolver os presentes, tentaria aumentar a probabilidade de que as ferramentas, por exemplo, fossem usadas por ele. Primeiro, eu tiraria da embalagem as ferramentas e colocaria no lugar das antigas dentro do mesmo saco plástico que ele está acostumado —tornando o ato de usá-las mais provável. Quanto às ferramentas antigas, basta colocá-las no sótão por enquanto.

Se o seu sogro protestar, eu restauraria seu antigo kit de ferramentas e sugeriria a limpeza de primavera e a doação de utensílios domésticos não utilizados para uma instituição de caridade local. Ele pode estar disposto a dar as novas ferramentas por uma boa causa. E se isso não funcionar, encenar um roubo e roubá-los, deixando dinheiro e outros valores intocados. O benefício adicional dessa abordagem é que ele possa perceber o valor monetário desses presentes.

Quanto ao presente desse ano, compre-lhe algo que melhore com o tempo, como um bom uísque ou um vinho. Dessa forma, você não ficará tão incomodada se ele não o usar logo.


Querido Dan,

Eu comprei duas garrafas de vinho em uma loja de vinhos que estava com uma promoção "Compre um, consiga outro por cinco centavos". A primeira garrafa custava US $ 16,99. Eu comprei o segundo, um vinho diferente, mas listado pelo mesmo preço, por cinco centavos.

Se eu vou levar um dos vinhos para um jantar de feriado na casa de um amigo próximo, qual devo escolher? É que estou desconfortável em levar o vinho que paguei apenas cinco centavos, devo levar o mais caro então?

—Rags

Já é de conhecimento que há uma correlação entre o que você paga por um vinho e o quanto ele é bom para você, mas essa correlação só existe, é claro, quando as pessoas conhecem o preço. Entretanto, como Robin  Goldstein, da Fearless Critic, mostrou, quando as pessoas não sabem quanto custa um vinho, não há correlação entre o preço e o quão bom elas acham que a bebida é.

Tendo isso em conta, a primeira pergunta que você deve fazer é se deve contar aos seus amigos sobre o custo do vinho ou não. Se você não contar, então não há problema —basta pegar o mais barato. É verdade que, sabendo o preço que você pagou por ele, aproveitará menos que eles. Por outro lado, se você decidir dizer-lhes o preço, eu sugiro trazer a garrafa de US$ 16,99, aproveite e inclua o seu custo de deslocamento até a loja de vinhos.


Querido Dan,

Você acredita em resoluções de Ano Novo?

—Janet

Sim. Todos os anos, durante cerca de uma semana: cinco dias antes do dia de Ano Novo e cerca de dois dias depois.

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