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Novos financiamentos ajudam a levantar as vendas de carros

Bancos e montadoras começam a anunciar novos planos, que nem sempre são novidades de fato

Vista aérea de carros, no pátio da montadora alemã Volkswagen, em São José dos Campos (SP) - Roosevelt Cassio/Reuters
 

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Basta o mercado automotivo dar seus primeiros suspiros de retomada para que bancos e montadoras comecem a anunciar novos planos de financiamento, que nem sempre são novidades de fato.

A Ford divulga a volta do pagamento em 60 suaves prestações, com entrada equivalente a 50% do valor do carro. A empresa afirma que essa modalidade de crédito havia desaparecido nos últimos cinco anos, o que não é verdade. Financeiras dispunham de tal opção, à boca miúda.

Na Volkswagen, a isca para novos clientes são parcelas reduzidas. O comprador dá uma entrada (40% do valor do veículo) e paga prestações de R$ 99 ao longo de um ano. Depois disso, terá mais 36 meses pela frente, com os valores bem mais altos.

Planos assim não mudam a realidade do crédito, que continua restrito. 

As empresas estão atrás de consumidores que têm nome limpo na praça, um carro usado para dar na troca e pouco ou nenhum planejamento financeiro.

É o típico bom pagador que segurou seu automóvel na garagem durante o período mais agudo da crise econômica e agora começa a se encantar pelos lançamentos.

Já o mau pagador ainda está fora do mercado, algo comprovado pela taxa de inadimplência estacionada em 2,5%, de acordo com a Fenabrave, entidade que representa as revendedoras de veículos. Em 2012, o índice chegou a 6% sobre o total de financiamentos.

Diante da queda da Selic, as taxas de juros tendem a se tornar mais atraentes, mas não existe um plano mágico capaz de estender o prazo de pagamento ou reduzir prestações sem que o cliente pague mais pela facilidade.

Quem compra um carro com uma entrada acima de 50% e financia a diferença em até 24 meses sempre vai pagar menos do que aquele que adquire uma dívida de cinco anos.

Apesar de todo o ônus para o cliente, as propostas apresentadas por bancos e montadoras têm ajudado na reação do mercado.

As vendas de carros de passeio e utilitários cresceram 20,5% no primeiro quadrimestre em comparação ao mesmo período de 2017, de acordo com a Fenabrave. 

O desejo de compra está atiçado, e é nesse momento que vale controlar o impulso do consumo imediato para fazer as contas.

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