A blague é antiga: “Está achando ruim o atual Congresso? É porque ainda não viu o próximo!”. Tão antiga que deixou de ser engraçada já faz algum tempo.

A aprovação aos deputados e senadores, que nunca foi alta, só fez piorar. Nesta legislatura, bateu no piso histórico —5% dos brasileiros avaliam bem a Casa, e 60% a reprovam, recordes da série do Datafolha. 

Além de ruim, o Congresso é grande. Tem mais parlamentares (594) do que o dos EUA (535), país com população, economia e número de estados maiores. E custa muito dinheiro: R$ 1,2 milhão por hora, segundo cálculo da ONG Contas Abertas.

Quase todo mundo parece deixar para a ultimíssima hora a escolha dos candidatos a deputado e senador. Mas fica difícil jogar nas costas do eleitor a culpa pelo Congresso ruim.

A campanha legislativa vai mal. Se os presidenciáveis vendem terreno na lua, o que os candidatos a deputado fazem é oferecer negócio imobiliário fora do sistema solar. Prometem isso e aquilo, mas o índice de aprovação de projetos fica em 1%.

Não é essa a única métrica de avaliação dos parlamentares, claro. O Congresso exerce papel essencial de controle do Planalto —e quem está infeliz com o desfecho da corrida presidencial deveria redobrar a atenção com o voto legislativo.

Só que a chance de conhecer de fato os candidatos é mínima. Levantar a ficha corrida deles resulta dificílimo. Indicações espontâneas nas redes sociais têm sido uma constante.

No meio desse labirinto, a Folha fez uma modesta tentativa de ajudar. Criou o Match Eleitoral, ferramenta que permite ao cidadão comparar suas opiniões com as dos candidatos a deputado federal em São Paulo, no Rio e em Minas, além dos postulantes ao Senado por SP.

O sucesso da iniciativa, com 800 mil matches completados, mostra que é grande o interesse da população em escolher melhor. Você, eleitor paulista, mineiro e fluminense, já fez o seu? É rápido e gratuito, basta clicar nesse link aqui.