Gasômetro da Usiminas explode em Ipatinga e deixa ao menos 30 feridos

Bairros do entorno da unidade foram esvaziados após acidente

Explosão em unidade da Usiminas em Ipatinga (MG) - Reprodução/Twitter

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Gilmara Santos Carolina Linhares
São Paulo e Belo Horizonte

Um gasômetro da siderúrgica Usiminas, em Ipatinga (MG), explodiu no início da tarde desta sexta-feira (10), provocando pânico entre os moradores da cidade, que sentiram o impacto de tremores. Segundo o Corpo de Bombeiros e a empresa, a situação já foi controlada e o gás foi cortado para evitar vazamentos. 

A explosão não causou mortes. O Corpo de Bombeiros informou que 34 pessoas foram encaminhadas ao Hospital Márcio Cunha —todas prestavam serviço para a Usiminas e nenhuma ficou em estado grave. Na manhã de sábado (10), os 34 feridos já haviam recebido alta hospitalar, segundo a empresa.

Uma pessoa sofreu um corte no rosto causado por um estilhaço, outra tem suspeita de intoxicação e as demais tiveram tontura ou mal súbito pela inalação de gás ou pelo pânico. No total, 4.000 trabalhadores estavam na usina, mas, como a explosão foi na hora do almoço, havia menos gente no local. 

Ainda não se sabe a causa da explosão no tanque reservatório de gás. O gasômetro continha uma mistura de gases, chamada LDG (Linz Donawitz Gás), que é usada na produção de aço. Também chamado de gás de aciaria, tem como principal componente o monóxido de carbono.

A Usiminas desligou os dois outros gasômetros, reservatórios que ficam a cerca de 100 metros daquele que explodiu, e a planta industrial está fechada. Por meio de aparelhos que medem gases, os bombeiros comprovaram que não há vazamento de gás e, portanto, não há necessidade de esvaziar os bairros próximos. 

Mais cedo, porém, a região chegou a ser esvaziada em meio ao pânico de moradores, que trocavam mensagens sobre a necessidade de deixar suas casas. A fábrica da Usiminas fica na região central de Ipatinga, a 215 km de Belo Horizonte. A fumaça foi vista de diversos pontos da cidade. 

"Quero tranquilizar a população no sentido de que não há necessidade de evacuação dos bairros próximos à usina, uma vez que o acidente já está controlado", afirmou o major Nunes, comandante do 11º Batalhão de Bombeiros de Ipatinga. 

Segundo os bombeiros, o gás presente no gasômetro se queimou na explosão e o restante foi dispersado. Não houve incêndio decorrente da explosão. O que ocorreu, ainda segundo o Corpo de Bombeiros, é que materiais próximos ao tanque pegaram fogo devido ao aquecimento. Os focos também já foram controlados. 

Há dois dias, de acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de Ipatinga e Região, um funcionário morreu na usina de Ipatinga devido a um vazamento de gás na tubulação do gasômetro. Luis Fernando Pereira, 38, estava em uma escada, a uma altura de oito metros, quando começou a inalar o gás. 

O sindicato afirma que não houve o socorro devido por parte da Usiminas. A empresa informa, porém, que o funcionário foi levado ao hospital. A Usiminas diz ainda que o vazamento não ocorreu no gasômetro, mas na máquina de despoeiramento, que fica em outro local. 

Em nota, o governo de Minas disse que uma equipe do Núcleo de Emergência Ambiental (NEA), da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), foi deslocada para realizar uma avaliação sobre a situação do local e adotar as providências necessárias.

A Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) irá auxiliar nos trabalhos com análises dos dados relativos ao monitoramento da qualidade do ar na região de Ipatinga. 

Ainda de acordo com o governo, a Usiminas possui licença de operação para siderurgia. A fábrica está fechada e as atividades no local somente serão retomadas após liberação pelo Corpo de Bombeiros.

As causas da explosão estão sendo investigadas pela empresa e por autoridades. Segundo a Usiminas, a manutenção dos gasômetros estava em ordem.

"Não há neste momento, nenhuma estimativa de prejuízos operacionais, financeiros e materiais. A empresa espera compensar as perdas de produção ao longo do ano", afirmou em nota. 

Na manhã de sábado (10), a Usiminas começou a retomar as operações em áreas da usina que não têm conexão com o gasômetro. Não há previsão para a volta da produção completa.

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