Grupo armado com fuzil explode bancos e causa terror em cidade de SP

Dez suspeitos participaram do crime que assustou a pequena Ibiúna

Agência bancária destruída por criminosos em Ibiúna, no interior de SP
Agência bancária destruída por criminosos em Ibiúna, no interior de SP - Júlia Tanaka /Jornal Voz de Ibiúna
Martha Alves
São Paulo

Uma quadrilha armada com fuzil explodiu caixas eletrônicos de duas agências bancárias no centro de Ibiúna, interior de São Paulo, na madrugada desta quarta-feira (8).

Segundo a polícia, o bando era composto de ao menos dez homens. Eles invadiram as agências bancárias do Santander e do Itaú por volta das 3h. A ação durou 20 minutos.

O grupo explodiu os caixas eletrônicos das unidades bancárias e levou um valor que não foi divulgado pela polícia e nem pelos bancos. Os criminosos também furtaram uma joalheria antes de deixar a cidade.

Na fuga, os suspeitos jogaram pregos entrelaçados para furar pneus no asfalto e dificultar o cerco da polícia. Fortemente armada, a quadrilha disparou vários tiros de fuzil que atingiram as paredes de comércios próximos às agências. Ninguém ficou ferido.

As explosões e os tiros assustaram os moradores da pequena Ibiúna, de 77 mil habitantes. Policiais militares fizeram buscas na região, mas nenhum suspeito foi preso. O caso será investigado na delegacia da cidade paulista.

 

OUTROS CASOS

Este ano, houve outros casos de assalto a bancos com uso de explosivos. Em fevereiro, a pacata cidade de Caconde (a 288 km de São Paulo), de 19 mil habitantes, viveu momentos de terror, quando cinco de suas seis agências bancárias foram atacadas por uma quadrilha —com cerca de 20 assaltantes e ao menos quatro explosões. 

Em abril, foi a vez do interior mineiro. Uma quadrilha com cerca de 20 criminosos explodiu dois bancos, deixou parte de Passos (MG) sem energia elétrica, queimou um ônibus para interditar uma rodovia e fugiu com dinheiro e joias. Na região sul de Minas, oito bancos já haviam sido atacados. 

Em maio, um grupo de assaltantes roubou três agências bancárias, uma dos Correios e uma joalheria na madrugada, em Ipameri, no interior de Goiás. A quadrilha usou explosivos e incendiou uma caminhonete para bloquear a rodovia de acesso à cidade.

Para tentar coibir esse tipo de ação —destruir caixas eletrônicos e carros-fortes provocando uma explosão—, o presidente Michel Temer sancionou no dia 23 de abril um projeto de lei que prevê aumento de pena para roubo e furto que envolva uso de explosivos.

O texto estabelece que a pena de furto qualificado, de três a oito anos de prisão, será ampliada para quatro a dez anos se houver emprego de explosivo.

A mesma pena de quatro a dez anos será aplicada para quem furtar substâncias explosivas ou acessórios que permitam sua fabricação. 

No caso de roubo, que se caracteriza pelo emprego de violência ou ameaça, que já tem previsão de quatro a dez anos de pena na lei atual, a sentença será ampliada em um terço se os objetos subtraídos forem explosivos ou acessórios relacionados à fabricação.

A lei determina também que bancos instalem nos caixas eletrônicos equipamentos que inutilizem as cédulas em caso de arrombamento, movimento brusco ou alta temperatura.

Isso poderá ser feito com tinta colorida, pó químico, ácidos insolventes e até “pirotecnia, desde que não coloque em perigo os usuários e funcionários”, de acordo com o projeto.

O banco deverá, ainda, instalar uma placa informando a existência do equipamento de segurança.

De acordo com a legislação sancionada, as instituições financeiras terão de um ano e meio a três anos para concluir a adaptação das máquinas, a depender do número de habitantes de cada município.

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