Descrição de chapéu

Prometida por Haddad e Doria, obra em hospital na zona leste está parada

Antigo Hospital da Vila Carrão tem paredes pichadas e vidros quebrados

Depredação do prédio do antigo Hospital da Vila Carrão, na zona leste - Rivaldo Gomes/Folhapress

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Elaine Granconato
São Paulo | Agora

Dois prefeitos de São Paulo, Fernando Haddad (PT) e seu sucessor, João Doria (PSDB), prometeram transformar a área desativada do antigo Hospital e Maternidade Nossa Senhora de Fátima, conhecido como Hospital da Vila Carrão, na zona leste, em um novo complexo de saúde.

Atualmente, no entanto, o imóvel, em área de 3.700 m² e desapropriado pela prefeitura, encontra-se desocupado e sem qualquer sinal de obra.

Entre as marcas do abandono há paredes pichadas, vidros quebrados e esquadrias de alumínio arrancadas.

Em outubro de 2014, o ex-prefeito Haddad —atual candidato a vice-presidente na chapa de Lula (PT)— anunciou a construção de três equipamentos no terreno, que abrigou o hospital privado por cerca de dez anos. 

O local contaria com uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) 24 horas, um CER (Centro Especializado em Reabilitação) 3 e um hospital-dia, vinculado à Rede Hora Certa.

Com investimento de cerca de R$ 6 milhões, a previsão de entrega da obra era de um ano, e o complexo deveria atender uma região de 270 mil habitantes, entre os bairros Aricanduva e Tatuapé.

Na época, o petista disse que seria construído um “quarteirão da saúde” no local.

Em fevereiro do ano passado, já na administração de João Doria —que deixou a prefeitura em abril para concorrer ao governo do estado—, o tucano prometeu a retomada das obras e a entrega do Hospital Carrão. Porém, o prédio continua abandonado

Sem qualquer vestígio de obra no imóvel, uma placa da prefeitura, já deteriorada, diz: “Aqui será o complexo municipal de saúde Carrão. Investimentos que vão melhorar a saúde na região”. A placa é motivo de revolta dos moradores e comerciantes do bairro.

“Ninguém fez nada até hoje. Só promessas. Ofereceram churrasco e pediram voto para o povo na época”, afirma a dona de casa Joaquina Gonçalves Nascimento, 64, há 35 anos residente no bairro, que nesta segunda (27), com guia médica na mão, peregrinava de uma unidade da rede de atenção básica para outra.

Em nota, a gestão Bruno Covas diz que pretende implantar no local um ACE (Ambulatório Cirúrgico de Especialidades), além de uma unidade do Rede Hora Certa e um CER. 

Os processos de desapropriação dos terrenos, diz, ainda estão em curso. Por enquanto a Justiça determinou a posse desse conjunto de terrenos à prefeitura, mas não o título de propriedade da área. “Assim, a prefeitura ainda não pode construir no local, até o fim dos trâmites judiciais.”

A assessoria de João Doria (PSDB) afirmou que confirma a nota da prefeitura.

Já a assessoria de imprensa do ex-prefeito Fernando Haddad (2013-2016) diz, também em nota, que, com verba municipal e de emenda parlamentar foram feitos projetos básico e executivo e as obras de reforma no espaço foram iniciadas. Todo projeto foi repassado para a gestão atual, afirma. 

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