Mortes: Guitarrista, foi da banda de rock Yahoo ao gospel
Sérgio Knust dava aulas de música para crianças carentes na Cidade das Artes, no Rio
Conteúdo restrito a assinantes e cadastrados
Você atingiu o limite de
5 reportagens
5 reportagens
por mês.
Tenha acesso ilimitado: Assine ou Já é assinante? Faça login
Quem deu o pontapé inicial na carreira de Sérgio Knust foi o padrasto, ao vetar as aulas de taekwondo e sugerir que o menino aprendesse a tocar violão. Dali ele não parou mais —e evoluiu muito rápido. Logo venderia os discos que tinha para comprar uma guitarra.
Até chegou a trabalhar num banco, mas todos os dias seu caixa fechava negativo. Viu que não dava para negar a verve artística da avó, exímia pianista e a única ligada à música da família de Nova Friburgo, na região serrana do Rio.
Da adolescência fã de rock ele foi convidado, nos anos 1990, para tocar na banda Yahoo —expoente do gênero à época. As canções do grupo foram temas de novela: "Mordida de Amor", em "Bebê a Bordo", "Delicious" na novela "O Salvador da Pátria", "Paixão Esquecida", em "Deus nos Acuda" e "Caminhos de Sol", tema da novela "A Viagem".
Anos depois, Serginho, que estudou na Escola de Belas Artes da UFRJ e formou-se bacharel em violão pelo Conservatório Brasileiro de Música, acabou enveredando para o meio gospel, influenciado pelo colega de banda, Val Martins. Passou a receber convites e tocou com grandes nomes do gênero: Aline Barros, Kleber Lucas, Davi Sacer, Fernanda Brum. Acabou também convertido evangélico.
Nos últimos tempos, Peixe (como era apelidado, por ser bochechudo) estava feliz em dar aulas de música para crianças carentes na Cidade das Artes, no Rio. Também prometeu compartilhar com a família uma nova receita de guioza —cozinhar era mais um de seus talentos.
Na tarde de sábado, 8 de dezembro, Serginho tocava blues e rock num Natal solidário em Nova Friburgo. Mas, quando voltava do evento, sofreu um acidente de carro. Ele foi encontrado dois dias depois numa ribanceira. Aos 52, deixou a mãe, o padrasto, duas irmãs, dois filhos e uma filha.
coluna.obituario@grupofolha.com.br