Descrição de chapéu Obituário Ricardo Quadros Laughton (1945 - 2018)

Mortes: Presidente do sindicato rural, defendia agropecuária em MG

Apesar do ramo, se recusava a usar o ferrão para tocar o gado

Thaiza Pauluze
São Paulo

A família tradicional de Montes Claros (MG) formou o caçula em direito, profissão de pompa nos anos 1960. Filho de pai pecuarista, foi rápido para Ricardo Laughton perceber que a pecuária dava mais grana que a advocacia.

O pecuarista e presidente do sindicato rural de Montes Claros, Ricardo Laughton
O pecuarista e presidente do sindicato rural de Montes Claros, Ricardo Laughton - Arquivo Pessoal

Começou a comprar gado magro na Bahia --estado que faz divisa com a cidade. Engordava e revendia. Foi juiz classista (cargo por indicação) apenas três anos. Seu negócio era mesmo a fazenda. 

Fazia questão de ser correto: se pedisse para alguém fazer um depósito na boca do caixa, queria o comprovante timbrado, conta o filho, também Ricardo. Só não gostava era de maltratar animais. Se recusava a usar ferrão para tocar o gado —​costume dos pecuaristas à época.

Já as pautas rurais ele vestia a camisa. Era contra o endurecimento das leis de proteção ambiental e rebatia a ideia de que produtor rural desmata. Laughton não demorou a virar referência. Assumiu a cadeira de presidente do Sindicato Rural de Montes Claros por quatro mandatos. E a vice-presidência da Faemg (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais). Ultimamente, estava esperançoso com a eleição de Jair Bolsonaro (PSL). Via nele uma agenda favorável ao agronegócio. 

Em casa, seu investimento era curtir os netos. E, na época da safra, se servir de pequi cozido com arroz feito pela mulher, com quem era casado há mais de 50 anos. Há pouco tempo, recebeu um convite para compor a Comissão de Desenvolvimento do Nordeste do Brasil e estava prestes a assumir a posição.

Mas Laughton teve um infarto enquanto participava de uma reunião na Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil no dia 5 de dezembro, em Brasília. Aos 73, deixou a mulher, Ângela, os três filhos, Lilian, Isabella e Ricardo e cinco netos. 


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