Descrição de chapéu Copa do Mundo

Rússia e Fifa abrem investigação para apurar racismo contra franceses

Jogadores ouviram imitações de macaco durante jogo com a seleção local, em São Petersburgo

O meia francês Paul Pogba disputa bola com jogadores russos durante amistoso disputado em São Petersburgo - Kirill Kudryavtsev/AFP

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Fábio Aleixo
Moscou

A União Russa de Futebol e a Fifa abriram uma investigação para apurar se houve de fato cânticos racistas contra Pogba e Dembele no amistoso vencido pela França contra a Rússia por 3 a 1 na terça-feira (27) em São Petersburgo.

De acordo com a agência de notícias AFP e o jornal L'Equipe, os dois atletas ouviram imitações de macaco quando foram bater escanteios. 

Um fotógrafo da agência, inclusive, relatou que viu torcedores fazendo os sons.

A União Russa pretende ouvir seguranças presentes no estádio, além de analisar imagens e áudios para verificar o incidente e tentar identificar os responsáveis.

"Começamos a investigação e todos os itens serão checados com cuidado. Assim que tivermos s resultados divulgaremos e tomaremos as medidas apropriadas contra os responsáveis caso eles sejam identificados", afirmou à agência Tass Alexei Smertin, inspetor anti-discriminação da União Russa de Futebol.

Mais cedo, a ministra dos Esportes da França, Laura Flessel, havia cobrado uma posição da Rússia e da Fifa sobre o episódio.

"A Fifa está buscando relatórios e potenciais evidências referentes ao incidente discriminatório reportado pela mídia. Até avaliarmos toda a informação disponível, não comentaremos o caso", disse a entidade máxima por meio de nota.

Cânticos racistas não são novidades no futebol russo. 

No ano passado, na final da Supercopa da Rússia, o goleiro brasileiro naturalizado russo Guilherme Marinato foi ofendido por torcedores do Spartak de Moscou. Eles questionavam sua escolha para a seleção.

"Banana, banana mama. Por que diabos a seleção russa precisa de um macaco?"

Também em 2017 em jogo entre Spartak e Liverpool, houve cantos contra Mané e Sturridge, da equipe inglesa.

Ainda no ano passado, Leonid Mironov, da equipe juvenil do Spartak, foi investigado por supostas ofensas e gestos racistas contra Rhian Brewster, do Liverpool. Nada ficou provado, e ele acabou absolvido pela Uefa.

Na sexta-feira (23), o Brasil jogou em moscou contra a Rússia e nenhum caso de racismo foi verificado contra jogadores da seleção.

Na Copa do Mundo, árbitros terão o poder de parar o jogo caso haja cânticos racistas ou homofóbicos.

O combate à discriminação é uma das principais bandeiras da Fifa.

No ano passado, na Copa das Confederações, antes de cada partida havia anúncios para os torcedores respeitarem os atletas em campo.

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