Combate a 'fake news' é defendido no Fórum Econômico Mundial

Integrantes da mesa discutiram soluções para combater fenômeno da desinformação

O senador argentino Esteban Bullrich - World Economic Forum / Benedikt von Loebell

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São Paulo

Um dos primeiros debates no Fórum Econômico Mundial para a América Latina reuniu profissionais de diferentes setores e países para tratar de "fake news", sob o título A Política da Desinformação.

O senador argentino Esteban Bullrich, que apoia o governo Macri, relacionou o fenômeno das notícias falsas ao "populismo", em particular na administração anterior em seu país, durante o governo de Cristina Kirchner (2007-2015), e afirmou que "a população está levando a uma mudança na direção da verdade".

A sul-coeana Park Yuhyun, fundadora e CEO do DQ Institute, instituto educacional do Singapura voltado ao aprimoramento do ambiente digital, defendeu que a intervenção a ser feita, para combater desinformação, é educativa, voltada sobretudo às crianças.

O brasileiro Leandro Machado, cofundador da consultoria Cause e um dos coordenadores do movimento Agora!, afirmou que "a democracia está em risco", com a propagação de notícias falsas, e que os maiores responsáveis são "humanos, não robôs". Defendeu, além de educação, "o papel da mídia livre para combater" a ameaça.

Editora de Mercado Aberto, na Folha, Maria Cristina Frias concordou quanto aos riscos para a democracia, mas alertou que o Estado "não deve tentar proteger os eleitores, pois é um processo de aprendizado" também para eles, sobre como lidar com notícias falsas.

"Quando feita de propósito, atrás de dinheiro fácil ou manipulação política, é 'fake news' e tem que ser punida", afirmou. "Mas não aquela informação da qual nós discordamos."

Cristina defendeu que "a mídia profissional, que tem critério para publicar, é uma fonte para que as pessoas filtrem" o noticiário. E que, para tanto, ela deve proteger sua credibilidade e indepedência, inclusive financeira.

WILD WILD WEST

Park chamou a atenção para a "responsabilidade" que as próprias plataforma de mídia social, como Facebook e YouTube (Google), precisam assumir no combate à desinformação, inclusive em parceria com o jornalismo profissional.

Mas cobrou "transparência" das plataformas, para o trabalho conjunto com a mídia jornalística. "Nós não sabemos como funciona o algoritmo", afirmou, ironizando que hoje a World Wide Web (WWW) hoje está mais para Wild Wild West.

Respondendo a uma pergunta sobre a decisão da Folha de parar de atualizar sua página no Facebook, Cristina lembrou a mudança no algoritmo da rede, que restringiu o alcance do jornalismo. E acrescentou que "o duopólio [Facebook e Google] não tem compromisso com a liberdade de expressão".

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