Site acumula prêmios de jornalismo e críticas do regime na Venezuela

Fundado por três jornalistas, veículo recebe verbas externas e sofre pressão de governistas

Site do Efecto Cocuyo, da Venezuela - Divulgação
 

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Sylvia Colombo
Buenos Aires

O nome em português significa “efeito vagalume”, porque, segundo suas três fundadoras, as jornalistas Laura Weffer, Luz Mely Reyes e Josefina Ruggero, a ideia do site é “produzir e difundir um jornalismo que ilumina, num momento em que o país está quebrado e numa espécie de limbo, e os grandes meios ou foram expropriados ou praticam autocensura”.

Assim explica Ruggero à Folha a que veio o Efecto Cocuyo, fundado há quatro anos e que possui, hoje, uma Redação grande e composta de jovens jornalistas. “Nós três passamos por meios tradicionais, mas a maioria dos que estão aqui é formada por jovens saídos da faculdade”, diz Ruggero.

O investimento do trio começa a render frutos. Neste ano o especial “Venezuela a la Fuga”, sobre a diáspora que já levou 3 milhões de venezuelanos para fora do país, ganhou o Prêmio Gabo e o Digital Media Awards. Mely Reyes também foi homenageada com o prêmio do Comitê para Proteção dos Jornalistas (CPJ).

O financiamento, que antes ocorria por crowdfunding, agora conta com doações estrangeiras mais vultosas, e a sede do site vai ganhar um espaço maior.

Com isso, é claro, também aumentaram suas dores de cabeça. Por serem críticos da ditadura de Nicolás Maduro, são ameaçados e expostos pelo regime.

“Quem mais gosta de nos maltratar é Diosdado Cabello [número dois do chavismo]”, conta, rindo, Ruggero. “No seu programa de TV, ele nos difama. Em geral não ligamos. Apenas uma vez, quando publicou a foto de uma de nós, nos incomodou, porque isso nos torna alvos para os apoiadores chavistas.”

Ruggero afirma que não sente medo ali. “É preciso seguir. Eu cresci na Venezuela democrática e vou seguir lutando por ela. Não admito que o país siga vivendo este regime por muito mais tempo.”

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