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André Lajst: O antissemitismo permitido no PSOL

Nota sobre confronto entre palestinos e soldados israelenses em Gaza mostra ignorância sobre o assunto e chama Israel de "Estado-pária"

Palestinos atiram pedras contra forças israelenses em confronto na faixa de Gaza, em 31 de março - Mahmud Hams - 31.mar.18/AFP

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Mais uma vez, de maneira horrenda, mal escrita, destilando mentiras e informações falsas, o partido PSOL segue com a linha anti-Israel, com pitadas de antissemitismo explícito.

A nota publicada no dia 2 de abril pelo secretário de Relações Internacionais do partido, Israel Dutra, mostra uma ignorância sobre o conflito israelense-palestino —algo que muitos intelectuais, acadêmicos e políticos brasileiros constantemente evidenciam em seus discursos. 

Existe uma falta de informação tão grande na esquerda do país a respeito do Oriente Médio, em especial as  tensões entre israelenses e palestinos, que foram criados, ao longo de anos, estereótipos ideológicos que simplificam e distorcem uma situação complexa.

Foi o que o Sr. Dutra fez, ao ter a ousadia de chamar os palestinos que morreram em Gaza durante o embate com forças israelenses de “manifestantes desarmados”, enquanto até mesmo o grupo terrorista Hamas, além de boa parte da imprensa internacional e de Israel, identificou pelo menos 10 dos 17 mortos como membros de grupos terroristas. 

O antissemitismo de alguns membros do Partido Socialista e Liberdade é grande. Muitos de seus membros não desejam abrir o debate, sugerido por nomes da legenda como Bruno Bimbi e Jean Wyllys —que foram a Israel e entenderam a complexidade do conflito.

Percebe-se, pelo posicionamento recorrente da legenda, que o antissemitismo está sendo permitido por sua Executiva nacional, a qual diz proteger ideais progressistas contra o racismo e a intolerância. 

Tal incongruência não pode ser aceita. Um partido de mais de 20 mil filiados, com eleições municipais, estaduais e um congresso nacional precisa de uma reforma interna, leis claras para discursos de ódio —a exemplo do partido Trabalhista inglês, que recentemente expulsou e suspendeu membros devido ao comportamento antissemita.

Em nome da causa palestina, que Dutra diz defender, há mascarado o ódio aos judeus e ao seu único país, Israel, que possui todo o direito de existir em paz e de ter segurança com seus vizinhos. 

Correntes do partido dizem que essa voz anti-Israel é uma minoria. Não, ela é a maioria do partido. Embora tenham aceitado, em seu congresso nacional, retirar qualquer resolução que falasse sobre o Oriente Médio antes de haver uma série de debates para aprimorar o próprio conhecimento dos seus membros e militantes, na prática a Executiva nacional do partido segue permitindo que seus membros caluniem e difamem a única democracia do Oriente Médio —denominada por Dutra como “Estado-pária” e “genocida”— de maneira rasa, pouco didática e extremamente mentirosa.

André Lajst

Cientista político, mestre em diplomacia e governo pela IDC Herzliya (Israel) e diretor-executivo da ONG educacional StandWithus Brasil

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