Apoiadores de Lula fazem romaria para vê-lo dentro de sindicato no ABC

Ex-presidente recebe aliados e advogados no local após ter sua prisão decretada por Moro

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São Bernardo do Campo (SP)

Dentro do prédio do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, uma romaria para prestar apoio ao ex-presidente Lula se instalou na noite desta quinta-feira (5), após a ordem de prisão do petista.

Apoiadores esperam a saída de Lula dentro do prédio do sindicato em São Bernardo do Campo, nesta quinta - Isabel Fleck/Folhapress

Lula ficou por mais de duas horas isolado dos apoiadores dentro da sala da presidência do sindicato, onde poucos agraciados podiam entrar. 

A quem tentava ver o ex-presidente, a resposta era pouco animadora: “Só autoridades, o pessoal da comunicação e do Instituto Lula”, orientava o sindicalista responsável por regular a entrada. 

Por vezes a regra de “quatro por vez” não era seguida, como quando de uma vez entraram o criador da Mídia Ninja, Pablo Capilé, os deputados do PSOL Ivan Valente e Luiza Erundina e mais três apoiadores, colocados para dentro pela intercessão do senador Lindbergh Farias.

Por volta das 22h, os seguranças ampliaram o cercadinho com gradis para que Lula pudesse sair da sala mais tarde, o que não havia ocorrido até as 22h30. 

Pouco depois, três embalagens de quentinha para o ex-presidente tiveram acesso livre à sala. Do lado de fora, apenas água para os militantes e sindicalistas.

O que Lula fazia lá dentro, além de receber os apoiadores? Discutia com advogados suas possibilidades diante do pedido de prisão do juiz Sergio Moro, entregue nesta quinta, segundo o sindicalista que guardava a porta.

Lula terá que se apresentar em Curitiba até as 17h desta sexta, mas, entre os apoiadores, o “se entregar” era termo proibido.

A palavra de ordem era resistir: “se prenderem o Lula, vão ter que prender todos nós”, disse uma jovem. Outra apoiadora comentava não acreditar no pedido de prisão do juiz Sergio Moro. “Se a nossa cabeça já fica entupida, imagina a dele”, respondeu uma colega.

Concentrados na área comum do segundo andar do prédio, onde a reportagem conseguiu entrar, militantes e sindicalistas enfrentavam o calor e a ansiedade por uma palavra do petista. 

Enquanto isso, disputavam a atenção e selfies com os políticos presentes —sendo a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, uma das mais concorridas, mas também os deputados Paulo Teixeira e Paulo Pimenta, o senador Humberto Costa, e o pré-candidato ao Planalto pelo PSOL, Guilherme Boulos.

Havia expectativa também para a anunciada vigília que, convocavam os parlamentares presentes, deveria virar a noite, num clima de confraternização.

Isabel Fleck , Anna Virginia Balloussier e Catia Seabra

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