Descrição de chapéu Eleições 2018

Skaf visita unidade do Sesi e promete incentivar a cultura, se eleito

O candidato assistiu ao ensaio do maestro João Carlos Martins e conversou com o público presente

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Joana Cunha
São Paulo

Frequentemente questionado por usar a estrutura do Sesi-SP como vitrine de sua candidatura, Paulo Skaf, presidente licenciado da entidade que concorre pelo MDB ao governo do estado de São Paulo, visitou neste sábado (1) uma unidade da instituição na zona leste da capital onde acontecia um ensaio do maestro João Carlos Martins.

Ao som de "Trem das Onze", de Adoniran Barbosa, Skaf acompanhou o coro da plateia e até dançou, mas o músico não manifestou apoio declarado ao emedebista no palco do auditório da unidade no bairro Artur Alvim.

Repetindo um roteiro habitual de sua campanha, que nos últimos dias passou por outras unidades do Sesi e do Senai em municípios como Suzano e Sorocaba, o emedebista circulou pelas instalações, sempre exaltando a qualidade, cumprimentou jovens usuários, questionando se estão satisfeitos pelo benefício, posou para fotos com cães adotados por membros do Sesi e seguiu para o auditório onde o ensaio acontecia.

 

Entrou na sala levando o barulho de seus assessores, equipe de campanha, jornalistas e cinegrafistas com holofotes. Ao fim do ensaio, as homenagens de João Carlos Martins foram para os músicos e seu mestre, o compositor Heitor Villa-Lobos.

Questionado pela Folha sobre a ausência de apoio declarado por parte do maestro, Skaf respondeu que não seria adequado.

"Aqui dentro não. Nem caberia ter um apoio aqui. Vamos lembrar que estamos dentro de uma unidade do Sesi. Tanto é que eu só o cumprimentei na minha chegada", disse Skaf.

Skaf perguntou se a reportagem havia sido informada de que haveria apoio. A agenda do candidato enviada por sua equipe de campanha apontava expressamente a presença do artista no local.

Apesar de considerar inadequado receber apoio nas instalações da instituição, ainda dentro do auditório do Sesi, o candidato seguiu sua campanha e respondeu perguntas de jornalistas sobre quais deveriam ser suas realizações na área da cultura, caso seja eleito.

"No ano passado, na área cultural, o público do Sesi, totalmente gratuito, foi de 2,3 milhões de pessoas em teatro, música, cinema, artes e literatura. Como presidente do Sesi, eu sempre apoiei a cultura. Como governador, vou incentivar a cultura."

A Folha perguntou a João Carlos Martins se o candidato havia lhe pedido apoio. Ele respondeu que não recebeu pedido algum e que houve um acordo entre os dois para suspender os concertos durante o período de campanha. Foram realizados 25 concertos no interior do estado neste ano e não haverá novas apresentações até o fim da disputa.

"Esse ensaio de hoje só aconteceu porque eu estava devendo. Eu não pude vir enquanto estava internado", disse Martins.

Apesar da discrição em relação à candidatura, o músico pediu para reiterar seu entusiasmo com a Orquestra Filarmônica Bachiana Sesi-SP, que comanda, e com o projeto Orquestrando São Paulo, de formação de regentes, em parceria com Sesi-SP e Fiesp ( Federação das indústrias do Estado de São Paulo) 

"Já alcançamos 16 milhões de pessoas ao vivo em concertos no interior, além de outros grandes como o Réveillon na Paulista. Isso é democratizar a música clássica ou não?", disse o músico.

Sesi e Senai, seções paulistas do serviço social da indústria e do serviço nacional de aprendizagem industrial, são considerados paraestatais -- sustentadas com dinheiro arrecadado pelo governo por meio de contribuições obrigatórias de empresas.

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