As duas medalhas do Brasil no solo são fruto de um ciclo de investimento pesado na competitividade dos atletas da seleção.
Os candidatos à equipe brasileira nos Jogos do Rio foram submetidos a um ano de avaliações que simulavam competições reais, usando até árbitros internacionais. Ninguém tinha vaga assegurada —mas Arthur Zanetti estava à frente, claro.
Na reta final, os treinadores começaram a fazer avaliações até nos treinos. Não havia espaço para corpo mole, dia ruim, dores, cada um tinha de mostrar o seu melhor a todo momento.
Foi massacrante, duro, mas ajudou os atletas brasileiros a se acostumarem ao clima tenso da competição, a terem de tirar o melhor de suas apresentações todos os dias.
A comissão técnica também acertou na estratégia de priorizar, antes, a classificação da equipe. O feito inédito deu força para os atletas e abriu caminho para que mais nomes pudessem ser inscritos. Depois, focou a chance de medalha. Nova decisão acertada.
Diego Hypolito mostrou consistência no ciclo todo. Mesmo com limitações físicas, manteve notas boas e ganhou uma medalha de bronze no Mundial de 2014. Era reserva, entrou por causa da lesão de um companheiro, e não desperdiçou a chance.
Um veterano que, enfim, se consagra na Olimpíada. E um novato mostra que a ginástica do país já tem novas caras. Não será surpresa se novos pódios aparecerem logo.