Rodrigo Zavala
No último fim de semana,
a brincadeira pouco asseada do adolescente G.C.O., de apenas
16 anos, custou sua vida. Ao mergulhar nas águas sujas
do lago do Parque Ibirapuera – uma verdadeira latrina
a céu aberto-, não conseguiu voltar para a margem
e morreu pouco antes do Corpo de Bombeiros ser acionado.
Os mais críticos alegam que
toda a culpa deve recair sobre os organizadores da parada
Ame São Paulo, criada pela prefeitura da cidade e pela
Associação dos Amigos da Música Eletrônica
(AME), associação sem fins lucrativos. Tudo
porque o jovem, ao lado de outros 150 mil, dançou durante
oito horas ao som de mais de 100 DJs, no evento promovido
pela instituição. Uma bobagem.
Não se sabe se embriagado ou
apenas numa atitude pouco responsável, G.C.O. se jogou
no lago após a festa ter acabado. A responsabilidade
é de quem? Da Ame? Dos Bombeiros? Dos amigos que não
o repreenderam? Dos pais? Um fim trágico, em que os
responsáveis somem numa bruma informações
deturpadas e acusações duvidosas.
Há quem pergunte se o evento
fosse realizado no Sambódromo, como já fora
indicado, a tragédia teria ocorrido. Outra questão
nauseante. Afinal, AME São Paulo promove não
apenas a música eletrônica e o união entre
diferentes tribos e grupos jovens, mas um resgate dos cartões-postais
da cidade.
Ao escolher a Av. Pedro Álvares
Cabral, em frente ao Parque, à Assembléia Legislativa,
ao Obelisco e ao Monumento aos Bandeirantes, há implícito
a participação da juventude nos pontos mais
importantes do município. Se apoderar do espaço
público em clima de harmonia e entendimento não
é apenas uma frivolidade, mas um dever cívico.
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