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capital humano
14/11/2005
Salão de beleza dá corte de graça na Bahia para "valorizar" os garis

 

Uma cidade da região metropolitana de Salvador (BA) quer utilizar a estética para melhorar a auto-estima de 597 servidores que integram algumas categorias de baixo prestígio e remuneração.

Há uma semana, funciona em Simões Filho (21 km da capital) um salão de beleza que oferece gratuitamente todos os serviços (corte, barba, manicure, escova, massagem, tintura, reflexo e alisamento, entre outros) para garis, jardineiros, vigilantes e pintores de meio-fio e seus dependentes.

"Foi a forma que encontramos para valorizar profissionais que mantêm a cidade limpa e bonita e, na maioria das vezes, simplesmente são ignorados pela população", disse Manoel Almeida, 50, secretário de Serviços Públicos.

O salão, de 30 metros quadrados, é uma construção anexa à Casa do Gari -um espaço onde os profissionais fazem cerca de 800 refeições por dia (entre café da manhã e almoço), também sem pagar pelo serviço oferecido.

Desde a inauguração, ele tem realizado, em média, 30 atendimentos por dia. Foram investidos R$ 5.000 no estabelecimento, que conta com cinco funcionários fixos das 8h às 17h (segunda a sexta) e das 8h às 12h (sábados).

"Antes, eu gastava R$ 10 por semana para fazer as unhas. Vou economizar e continuar bonita", disse a gari Alete Ventura, 44.

O salário médio de um gari na cidade é de R$ 430 (com hora extra e insalubridade) -25% menos do que em Salvador.

O gari Ronaldo Silva Pessoa, 55, que tem sete filhos, acha que a construção do salão pode ser comparada a um "salário indireto". "Vou economizar quase R$ 100 por mês só com os cortes de cabelo dos filhos e os serviços de manicure de minha mulher."

O prefeito de Simões Filho, Edson Almeida (PL), 55, disse que a inauguração do salão também tem outra função. "Os filhos dos garis e de outros servidores podem se inscrever para um curso profissionalizante, que será dado no local. Com três meses, vamos formar futuros profissionais."

Atriz nas horas vagas, Marineuza Bispo Nascimento, 33, foi uma das beneficiadas pelo projeto municipal. "Como já tinha feito um curso, fui contratada para trabalhar no salão", acrescentou.

Ao contrário dos salões tradicionais, que funcionam com agendamento, na Casa do Gari não há telefones -os profissionais são atendidos pela ordem de chegada. "A única coisa que exigimos é que os atendimentos sejam realizados fora do horário de trabalho", disse Manoel Almeida.

Mesmo satisfeitos pela inauguração do salão, os garis de Simões Filho, responsáveis pela coleta de 1.500 toneladas de lixo por mês, querem mais. "Precisamos de postos médicos e odontológicos", disse Ronaldo Pessoa.

"É claro que a nossa auto-estima melhorou muito. A verdade é que ninguém liga para a gente. Muitas vezes as pessoas jogam lixo na rua. Pelo menos aqui a gente se sente mais feliz e recompensada", disse Alete Oliveira.

As informações são da Folha de S. Paulo.

   

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