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01/04/2004
Editora se especializa em biografia de anônimos

Foi-se o tempo em que só famosos do mundo das artes, do esporte ou da política publicavam autobiografias. Uma pequena editora do sul da Alemanha especializou-se em biografar pessoas "normais", desconhecidas, que querem, por meio de um livro, apenas registrar sua história para parentes e amigos.

Mein Leben (Minha Vida, em alemão) é o nome da editora, localizada na pequena cidade de Polling, na Baviera. Ou Oficina de Memórias, como preferem chamar seus criadores, o sociólogo Louis Lau e as literatas Ellen Schönfelder e Irina Ploch-Harabacz.

Na maioria dos casos, são pessoas de idade avançada -ou os filhos delas- que contratam os serviços de Lau, Schönfelder e Ploch-Harabacz, os editores e "ghost-writers" das autobiografias. "É gente que acha importante deixar sua história registrada para a família, para os descendentes. Ou são os filhos que querem ver contada a história da mãe ou do pai, que querem entender melhor suas raízes", explica Lau.

Ao serem contratados, dois dos três editores viajam juntos para a cidade do cliente e se hospedam na casa dele. Ali, durante quatro dias, entrevistadores e entrevistado tomam café da manhã, almoçam e jantam juntos. "Só assim podemos construir um quadro melhor da pessoa, do meio onde ela vive."

Além disso, eles dedicam várias horas do dia às entrevistas, que, mais tarde, serão compiladas na forma de autobiografia. "Parece pouco, mas quatro dias são uma eternidade", diz o sociólogo.

No papel de "ghost-writers", eles evitam "encher" os entrevistados de perguntas. A primeira, geralmente, é: "Por onde o senhor (ou a senhora) quer começar?". Nas primeiras horas, diz o editor, o entrevistado tem dificuldade de se abrir. "É uma situação estranha para ele." Mas, aos poucos, acrescenta, ele vai se sentindo melhor e lembrando cada vez mais o seu passado. "Às vezes, as pessoas vão ficando até com o rosto vermelho."

Foi o caso do empresário Fritz S., que, no próximo semestre, quando comemorará 80 anos, vai presentear parentes e amigos com a história da sua vida. "No início das entrevistas, não sabia o que falar. No final, acabei contando coisas que antes só tinha confiado à minha mulher", disse ele à Folha.

Por se tratar de clientes idosos, a vida durante e logo depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e a época da reconstrução da Alemanha e do milagre econômico, nos anos 50 e 60, são temas comuns das 15 autobiografias já editadas.

No caso dos homens, muitos dos entrevistados lutaram no fronte e viveram como prisioneiros no final da guerra. As mulheres também contam do dia-a-dia durante a guerra, do medo e das fugas durante o conflito. "Com freqüência, temos de fazer intervalos. Tudo vem à tona", diz Lau.

De volta à editora, os "ghost-writers" transcrevem as fitas com as entrevistas e fazem um primeiro manuscrito. Esse trabalho demora cerca de três meses.

Em seguida, o texto e uma sugestão de capa para o livro são enviados ao cliente para revisão. É a fase na qual o entrevistado, junto aos filhos ou aos netos, avalia o estilo usado pelo "ghost-writer" e possíveis mudanças, que são discutidas com os editores.

Em menos de um ano, a autobiografia está editada, com uma média de 200 páginas e uma tiragem que pode variar de dez a cem exemplares. Para isso, os clientes de Lau, Schönfelder e Ploch-Harabacz precisam desembolsar pelo menos 14 mil (R$ 45 mil, pela cotação de 25/3).

A idéia de abrir uma "oficina de memórias" surgiu nos anos 90, quando os três amigos Lau, Schönfelder e Ploch-Harabacz organizavam pequenos encontros literários na cidade de Munique. Na época, Ellen Schönfelder já manifestava seu desejo de, um dia, biografar a vida do pai.

A editora Minha Vida foi aberta há quase três anos, coincidentemente quando começou um boom de autobiografias de alemães famosos, como a do ex-tenista Boris Becker e a do jogador de futebol Stefan Effenberg.

A grande diferença, diz Lau, é que suas autobiografias não são feitas para o grande público, mas para um pequeno círculo de conhecidos do biografado. Elas também não são de jovens de 30 anos, mas de pessoas de idade, que querem fazer um balanço de suas vidas.

Entre elas está, por exemplo, o livro "Aceitar a Vida como Ela Vem" (2003), de Margareta S. Viúva de um ex-oficial alemão, Margareta S. conta em suas memórias, entre outras coisas, como conseguiu, com o marido, abrir, depois da guerra, uma pequena gráfica, hoje de renome internacional.

"Nossos livros não querem machucar ninguém, não querem escandalizar. Eles não têm a pressão de vender", diz Lau.

 

As informações são da Folha de S. Paulo.
   

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