Em outubro de 2001, mais de 15 mil pessoas de diversos países concentraram-se na capital gaúcha para discutir quais podem ser os caminhos para o que se chamaria educação do futuro. Eram educadores ligados a entidades sindicais, universidades, organizações não-governamentais, estudantes e comunidades trocando experiências para propor alternativas para o ensino tradicional, posto em xeque por todos os participantes.

Os acalorados debates resultaram em um diagnóstico preciso, que ainda acompanha a rede de ensino nacional, seja ela pública ou particular: a escola como foi concebida, do ensino básico ao superior, estava morrendo. No entanto, esse consenso se tornou um dos maiores desafios para quem acompanhava a primeira edição do Fórum Mundial de Educação (FME). Afinal, se a escola "faliu" em sua principal função, qual seria o caminho para uma educação efetiva?

Como não existem fórmulas mágicas para se chegar a uma conclusão assertiva, o Fórum se tornou um evento permanente. E, neste ano, sua quarta edição será realizada em São Paulo, de 01 a 04 de abril, no Palácio das Convenções do Anhembi, além de outras dependências a serem utilizadas em toda a cidade.

Com o tema Educação Cidadã para uma Cidade Educadora, o evento confirma uma tendência cada vez mais alardeada por especialistas em educação nos últimos anos: a escola eficiente será aquela que, além de trabalhar o máximo possível com a experimentação, trará o currículo para o cotidiano. Isto é, terá de tirar proveito do que se chamaria de escolarização da sociedade. Assim, não é de se estranhar que as discussões deste ano no FME sejam colocadas sobre esse prisma.

Cerca de 60 mil pessoas são esperadas para propor e articular parcerias permanentes, cujo o cerne é a cidade e seus mais distintos potenciais educativos. A idéia aqui é compreender que a o cotidiano do aluno pode ser baseado em percursos educativos integrados ao currículo. Desta forma, as aulas seriam dadas nos museus, nos teatros, nos hospitais, nas empresas, nos laboratórios, nos centros de pesquisa, nas praças públicas, nos concertos, nas exposições.

O evento nasceu da preocupação de educadores, estudantes e entidades sociais - participantes do 1º Fórum Social Mundial, em 2001 - em pautar mais discussões sobre educação torna-se agora o maior evento sobre educação realizado no Brasil.

RODRIGO ZAVALA
do site Aprendiz