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Mais são paulo
26/08/2004
Mercado Municipal abre mezanino

O Mercado Municipal de São Paulo ganha hoje a maior intervenção arquitetônica na estrutura desde a sua abertura em 1933: um mezanino de 2.000 m2, construído em estrutura de aço sobre as bancas de frutas e alimentos. O novo espaço será ocupado por oito restaurantes e um espaço para eventos gastronômicos.

Também serão inaugurados a restauração da fachada e dos vitrais, uma nova iluminação externa, docas para caminhões, um espaço de 1.000 2 para serviços no subsolo e o sumiço de toda a fiação interna -foram enterrados fios elétricos e de telefonia, além de canos de água e gás.

O acesso ao mezanino será feito por três elevadores, duas escadas rolantes e duas escadas de aço.

Os oito restaurantes, escolhidos por licitação, devem ser abertos até novembro. Em dezembro está prevista a abertura de outro restaurante, padaria e choperia -vão ocupar as torres voltadas para a avenida do Estado.

O custo das obras que serão inauguradas amanhã foi de R$ 34 milhões, segundo a Secretaria Municipal de Abastecimento. Desse valor, R$ 19 milhões já foram pagos, e o restante será quitado entre setembro e outubro, de acordo com a secretaria.
A obra faz parte do projeto da prefeitura para a recuperação da região central, que recebeu um financiamento de US$ 100 milhões do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).

Varanda para os vitrais
O arquiteto Pedro Paulo de Melo Saraiva, 71, o autor das mudanças, afirma que não se intimidou com o fato de o mercado ter sido projetado por Ramos de Azevedo (1851-1928), um dos luminares da arquitetura paulista. "A idéia é criar um fato novo dentro do mercado sem perturbar o patrimônio histórico. Fiz uma varanda para se apreciar melhor o mercado e os murais".

Erguido a 4,8 m do chão, o mezanino não escureceu as alamedas do mercado no térreo -o piso nessas áreas foi construído com vidro translúcido.

O secretário municipal de Abastecimento, Valdemir Garreta, diz que a requalificação visa levar um novo público para o mercado -o plano é manter o espaço aberto 24 horas por dia e ressuscitar a sopa da madrugada na região central. "Vamos passar dos 10 mil visitantes por dia para 15 mil", prevê Garreta.

Precursor dos shoppings
O mercado paulistano é uma espécie única na arquitetura brasileira, segundo a arquiteta Maria Luiza Dutra, 48, responsável pela pesquisa histórica da obra.
Não é por causa do estilo, uma mescla de neoclássico e neobarroco, batizado pelos historiadores de eclético. É pelo porte -não há no país nenhum edifício com 12.600 m2 que tenha sido erguido nos anos 30 para abrigar um mercado com a característica monumental do prédio de São Paulo. "É um precursor dos hipermercados e dos shoppings", diz a arquiteta.

O monumento, porém, estava um caco até a prefeitura decidir recuperá-lo -as obras começaram em agosto do ano passado. Havia fiação exposta; frutas e alimentos entravam pela mesma porta em que o lixo era retirado; partes da laje no teto ameaçavam desabar; havia infiltração nas paredes; não existia uma logística para os 90 caminhões que entram e saem de lá todos os dias.

"O mercado corria um risco muito sério de ser interditado", diz o arquiteto Pedro de Melo Saraiva, 34, que tocou o projeto junto com seu pai e Fernando Mendonça, 32.
Para dar uma ordem no caos, o trio decidiu que seria necessário construir uma área de 1.600 m2 no subsolo para abrigar banheiros, vestiários para os 1.600 funcionários do mercado e uma sala com computadores para agronegócios. É pelo subsolo também que as mercadorias chegam.

"O mercado estava tão caótico que havia uma linha de esgoto que passava no eixo do prédio", narra Melo Saraiva, o pai. Agora, a linha contorna o prédio. O cheiro que exala bem na frente do prédio, na rua Cantareira, vem de um velho ramal de esgoto que será substituído.
O subsolo foi a parte mais complexa da obra, segundo ele, por causa do tipo de terreno em que o mercado foi edificado: a 1,5 m de profundidade já se encontra água.

A ocupação sem critérios havia soterrado preciosidades. A maior delas era a sala de leilões, onde ocorria o pregão de mercadorias (ninguém sabe até quando eles ocorreram). Os azulejos alemães e belgas da sala haviam sido encobertos por barracas que vendiam mercadorias a atacadistas durante a madrugada.
Nesse espaço pode-se ver como era o mercado original, de acordo com Maria Luiza Dutra. O teto não é coberto com telhas de vidro, como acontece na maior parte do prédio, mas com placas de vidro.

MARIO CESAR CARVALHO
da Folha de S.Paulo

   

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