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REFLEXÃO


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pensata
01/03/2004
Trabalhadores do bingo têm direito a aviso prévio

Ao tentar defender a imagem do governo contra as acusações de corrupção, o presidente Lula mandou fechar os bingos- o que, por sua vez, trouxe lhe o incômodo de ser apontado como responsável por centenas de milhares de demissões. Isso para um presidente que se elegeu prometendo empregos não é exatamente agradável.

O presidente está pagando o preço da precipitação, provocada pela necessidade de gerar um fato político de impacto. Ainda não consegui me convencer, diante dos impactos sociais, que o fechamento dos bingos é a alternativa mais sensata. Nem acredito que o fechamento vá salvar do vício dos jogadores compulsivos que, de um jeito ou de outro, arrumará um lugar clandestino para dar vazão à sua doença.

Óbvio que me impressionam os relatos sobre os perigos do jogo e as falcatruas fiscais; estou mesmo convencido de que prosperam, nessa área, empresários corruptores. Nunca pisei num bingo, não pretendo pisar, por não gostar do jogo. Sinto uma satisfação íntima em ver essas casas fechadas. Mas não seria melhor, sabendo dessas falcatruas, aumentar a fiscalização, investigar os donos dos bingos?

O poder público promove loterias ( um jeito de tirar dinheiro de iludidos), tolera o jogo do bicho e fecha os bingos. Não faz sentido. O mínimo que se deveria fazer é dar um tempo até que os empregados pudessem se preparar.


 


Coluna originalmente publicada na Folha Online, na editoria Pensata.

   
 
 
 

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