HOME | COLUNAS | SÓ SÃO PAULO | COMUNIDADE | CIDADÃO JORNALISTA | QUEM SOMOS
 
 

Ensino superior
03/07/2006

Estudantes se mobilizão por mais horas de aula

Erika Vieira

Alunos da Universidade Pública de Paulínia (cidade do interior de São Paulo com cerca de 51 mil habitantes), a Fupespp (Fundação de Pesquisas, Estudos Sociais e Políticas Públicas), estão reivindicando mais horas de aula. Após o anúncio da redução de 5.760 horas/aula para 3.200 horas dos cursos da faculdade, os estudantes organizaram uma mobilização em defesa da carga horária completa, como garante o currículo de ensino da instituição aprovado pelo MEC.

”Prestamos vestibular para ter uma qualidade de ensino que agora querem mudar. Poderíamos ter ido para a Unicamp, por exemplo, mas decidimos ficar aqui e agora querem mudar a grade curricular”, fala o estudante Bruno Martini Santos, do curso de Administração Pública. Os estudantes reivindicam às 5.760 horas porque desde a criação da faculdade a proposta foi de oferecer um Projeto de Excelência em que além das disciplinas tradicionais da graduação estivesse incluído no currículo aulas de idiomas (alemão, francês, italiano, inglês e espanhol), informática e produção de texto. Com o corte de horas, as disciplinas extras também sofrem redução de conteúdo. “O nível de educação que é dado aqui não encontramos em outro lugar. Não podemos deixar isso acabar”, justifica o aluno de comércio exterior, Francisco de Assis Machado.

A mobilização teve inicio no dia 05 de junho e já dura 28 dias, por isso, a direção da Fupespp suspendeu as aulas até 01/08 e proibiu da entrada dos universitários no campus, através de uma liminar de reintegração de posse, cedida pela justiça. Os portões encontram-se fechado com cadeado durante o dia e apenas é aberto no período noturno para as aulas do cursinho pré-vestibular que utiliza o mesmo espaço do campus. Os professores estão realizando as aulas no canteiro da Avenida José Paulino (avenida principal da cidade).

Na última quarta-feira (28/06) a prefeitura de Paulínia, mantenedora da Fupespp, determinou em nota oficial a extinção da instituição. A administração do prefeito, Edson Moura (PMDB), alega que a universidade deve ser fechada por descumprir a norma de que 75% dos alunos matriculados devem ser moradores do município. De acordo com a própria faculdade, dos 280 matriculados apenas 114 residem no local. Paradoxalmente ao fechamento de uma instituição avançada de ensino superior, essa semana acontece na cidade o Encontro Nacional de Educadores.

A prefeitura compromete financiar os cursos dos estudantes já ingressos na Fupespp. Porém, os estudantes estão acampados em frente ao campus protestando contra a redução das horas de aluna e o fechamento da universidade. Eles defendem que futuros alunos também possam ter acesso a ensino de qualidade e gratuito.

A direção da Fupespp foi procurada pela reportagem, mas os funcionários não souberam informar onde se encontrava o diretor, Gideon Carvalho Benedicto, que segundo os próprios funcionários há dias não aparece na instituição. Já o superintendente, João Natanael de Souza prefere se pronunciar após Edson Moura divulgar a ata com a determinação oficial de extinção.


   
 
 
 

NOTÍCIAS ANteriores
30/06/2006
Veja o desempenho de ações para o desenvolvimento social
27/06/2006
Grupo de jovens artistas transforma rampa antimendigo em "casa"
27/06/2006
Premiações ajudam a "empurrar" voluntários
23/06/2006
Subprefeitura contrata motoboy para identificar problemas na região
22/06/2006
Prefeitura quer museu suspenso no Ibirapuera
22/06/2006
Distritos já têm mapa da violência
19/06/2006
MEC coloca legendas em jogos da Copa para deficientes auditivos
19/06/2006
Governo federal vai instalar bibliotecas em áreas rurais de oito Estados
14 /06/2006
Projeto coordenado pela USP usa telescópios para estimular o ensino de ciências nas escolas
09/06/2006
Fim de patrocínio suspende encenação de "BR-3" no Tietê