cultura
14/09/2007

Sacolão em M’Boi Mirim vira centro cultural

Heitor Augusto

O espaço na rua Cândido José Xavier, onde funcionava o sacolão municipal Parque Santo Antônio, transformou-se em centro cultural, com atividades de inclusão digital, teatro, música e oficinas. O terreno, cedido pela prefeitura a João Adriano Gonçalves, estava em disputa desde julho de 2006, quando foi lacrado por irregularidades administrativas, segundo a Subprefeitura de M’Boi Mirim.

A programação do centro cultural está dividida em duas linhas: cultural e social. Na primeira, estão o teatro – com capacidade para 250 pessoas – e duas salas multiusos para a realização de oficinas. Por enquanto, apenas o teatro já está funcionando. “Queremos que o grupo Manicomicos siga à frente do projeto teatral, pois eles participaram desde o início da luta de retomada do espaço”, afirma Roberto QT, integrante da Rede Social São Luiz, que tenta desde 2006 retomar o espaço do sacolão.

Também estão sendo montados no novo espaço uma biblioteca, telecentro, laboratório multimídia e de ciências, possibilitados pelo convênio com o Casa Brasil, projeto do governo federal. Já na área social, a subprefeitura pretende implementar um Núcleo Sócio Educativo para o atendimento de 120 crianças carentes. O objetivo é fortalecer um projeto de economia solidária.

O Parque Santo Antônio tem cerca de 23 mil habitantes. Segundo o Atlas do Trabalho e Desenvolvimento da Cidade de São Paulo, 2,33% dos jovens entre 15 e 17 anos são analfabetos; 52,33% estão no ensino médio (em bairros de classe média alta, como o Sumarezinho, o índice chega a 92,83%). Cerca de 62,73% dos domicílios têm televisão, geladeira e carro – número aquém dos 99,33% registrados no Jardim Marajoara, região de Santo Amaro.

Disputa
Argumentando que o sacolão vendia produtos acima da média de preços, além de comercializar bebidas alcoólicas, a subprefeitura lacrou o espaço. José Adriano Gonçalves, que tinha a permissão de uso, ingressou com um mandado de segurança e não desocupou o local.

Para solucionar o nó que a comunidade não conseguia desatar, entrou em cena o promotor Augusto Rossini. Procurado em julho por Roberto QT, da Rede Social São Luiz, Rossini atuou para que o sacolão fosse totalmente desocupado. “Percebi que a demanda era lícita, legítima”, explica o promotor.

Segundo moradores que não quiseram se identificar, o permissionário do sacolão intimidava a comunidade durante as reuniões que discutiam o formato do centro cultural. Procurado pela reportagem no telefone comercial, José Adriano Gonçalves não atendeu às ligações.

   
 
   
 

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