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procura por vagas
17/02/2005
Sem vagas em escolas, crianças lotam Câmara

Na Câmara Municipal, crianças de até 10 anos e suas mães lotavam as cadeiras da galeria do plenário durante à tarde de ontem. Elas deveriam estar na escola ou na creche, mas não há vagas para todas na rede pública. Mesmo sem entender o que estava acontecendo, ajudavam suas mães a participar da manifestação "chamada dos sem-vaga", promovida pelo vereador Carlos Giannazi (PT). Somente no plenário, foram cadastradas 120 crianças que estão fora da escola.

Segundo o vereador, há pelo menos 300 mil crianças entre 0 e 6 anos fora das salas de aula na capital. "Esse número deve ser muito maior, porque ele não mostra a demanda passiva, da mãe que desiste e não deixa o nome do filho na lista de espera". Giannazi diz que a situação é pior nas zonas sul e leste. "Faltam vagas na Capela do Socorro, Parelheiros, Interlagos, Grajaú, Cidade Dutra, Brasilândia e na zona leste é um desastre total". Segundo ele, há filas de espera de 1.200 crianças na creche Parque Santo Antônio e de 670 crianças no Ipiranga.

Giannazi pretende publicar no Diário Oficial de hoje os nomes de quase 5 mil crianças que estão sem vagas e foram cadastradas por sua equipe e enviará a lista para o Ministério Público e secretarias estadual e municipal de Educação.

É a única lista de presença em que os nomes de Aline Valentim de Souza, de 10 anos, e o irmão José Henrique, de 6, vão estar. Há mais de um mês, a mãe das crianças, Luciana Valentim, de 42 anos, tenta matricular os filhos em escolas da Cidade Dutra. Recém-chegados de Itanhaém, ela já bateu em quatro escolas em busca da transferência dos filhos.

"Deixei o nome da Aline na lista de espera e sabe qual número ela era? 258." A menina, boa aluna, que nunca ficou de recuperação, chegou a chorar por ficar fora da escola. "Estou triste porque não tem vaga e fico com medo de não estudar neste ano", lamentou Aline.

A empregada doméstica Alessandra Nogueira, de 27 anos, também tenta transferir a filha Thalita Vieira, de 10, há três anos. A menina estuda no Recanto Campo Belo, a 8 quilômetros de casa, na Cidade Dutra. "Estou chegando atrasada ao serviço para levá-la para a escola".

O mesmo problema sofre a copeira Jerusa Nunes, de 28 anos, que inscreveu o filho Guilherme na lista de espera de uma creche no Jardim Damasceno quando ele tinha 15 dias de vida, há nove meses.

A Secretaria Municipal de Educação informou que o ensino infantil é prioridade do novo governo. Há um plano de obras, mas antes de se pensar em começá-las, a secretaria dará prioridade à regularização de pagamentos atrasados de fornecedores e contratos vencidos, deixados pelo governo anterior.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

   
 
 
 

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