trânsito
17/07/2008

Trânsito faz com que SP deixe de ganhar R$ 30 bi

Keila Baraçal

O município de São Paulo vai deixar ganhar, em 2008, R$ 30 bi, aproximadamente. É o que revela um estudo feito e divulgado este mês pela Fundação Getúlio Vargas. A pesquisa aponta o trânsito como o causador da perda de dinheiro. Mostra também que o tráfego, além de provocar paralisações, faz com que passageiros e motoristas ainda gastem verba com saúde e outros serviços, por conta do problema.

Dirigida pelo vice-presidente da FGV, Marcos Cintra, as análises indicam que o trânsito em São Paulo vai parar. Ele dividiu os dados da pesquisa entre “Custo de Oportunidade” e “Custo Financeiro”. No primeiro tópico, o paulistano deixa de ganhar R$ 26 bi, durante o tempo em que está no engarrafamento. “As pessoas acabam deixando de usar dinheiro para o lazer ou para o trabalho porque estão paradas no trânsito”, argumenta.

Em 2004, por exemplo, a cidade de São Paulo deixou de ganhar R$ 14bi e, em 2008, o valor quase dobrou, chegando aos R$ 26 bi. “É uma progressão rápida. Se continuarmos nessa trajetória, daqui a quatro anos, vamos ter um colapso. Basta acontecer um acidente grande e a cidade inteira pára.”

Agora, em termos de Custos Financeiros – ou seja, aquilo que o paulistano realmente gasta –, nas contas de Cintra, a despesa de combustível consumido pelo automóvel, beira a casa dos quase R$ 4 bilhões anuais. O trânsito também acaba afetando a saúde das pessoas e a poluição é um dos agentes causadores. O analista aponta ainda que estes mesmos gastos sobem, conforme o passar do tempo. O custo chega aos quase R$ 410 milhões. “A sociedade está pagando por isso. A poluição não é apenas um inconveniente ambiental. Ela tem um custo econômico que equivale a 8% do PIB paulistano.” O Produto Interno Bruto da cidade de São Paulo está é de, aproximadamente, R$ 330 bi.

Para o analista, as soluções para o caos no trânsito paulistano vão aparecer a médio e longo prazo, se houver investimentos. “Transporte público seria a solução. A cidade tem apenas 40 quilômetros de extensão de metrô, quando deveria ter, pelo menos 500 quilômetros.” Mas, num período de curto prazo, o professor vê algumas alternativas: melhoria na qualidade dos ônibus públicos e a fiscalização dos transportes de cargas.

Outra aposta está na construção de pontes que passem pelas marginais Pinheiros e Tietê. “Todas as grandes obras [Complexo Airton Senna a Ponte Juscelino Kubitschek, entre outras] não ajudaram a melhorar o fluxo do trânsito e ainda tiveram gastos de R$ 3 bi. Com este dinheiro, poderiam erguidas 33 pontes nas marginais.”

Esta discussão para a melhoria do tráfego paulistano está em voga em diversos setores. Além dos estudos da Fundação Getúlio Vargas, no mês passado aconteceu um encontro entre agentes envolvidos com a cena atual do trânsito e acabou formando o “Movimento São Paulo não vai parar”. A idéia é que ele sirva para analisar a situação do tráfego, bem como algumas propostas.

Segundo o presidente do Sindicato das Empresas de Transportes e Passageiros por Fretamento para Turismo (Transfretur), Jorge Miguel dos Santos, durante o encontro, houve a defesa da oficialização do pedágio urbano. Mas, para ele, a melhor proposta, é fazer com que os paulistanos mudem a prioridade de usar carros privados e passem a usar transportes coletivos – sejam públicos ou privados. “Tenho certeza que este ano os candidatos vão abordar o trânsito e o transporte em suas campanhas.”

   
 
   
 

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