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08/07/2008

Gravidez precoce diminui no Estado

São Paulo registrou em 2007, pela primeira vez, menos de 100 mil casos de adolescentes grávidas


O Estado de São Paulo registrou pela primeira vez menos de 100 mil adolescentes grávidas no período de um ano. Em 2007, foram 96.554 gestantes menores de 20 anos. No ano anterior foram 100.632. O resultado foi apresentado ontem pelo governador José Serra (PSDB) e pela Secretaria de Estado da Saúde com base nos dados da Fundação Seade.

A tendência no Estado é diferente da registrada no resto do País, onde cresceu o número de jovens entre 15 e 19 anos que engravidaram e têm hoje pelo menos um filho vivo - eram 3% em 1996 e, dez anos depois, 5,8%.

De acordo com o levantamento em São Paulo, o número de adolescentes grávidas vem caindo ano a ano no Estado. Na comparação com 1998, quando houve 148.018 casos de jovens grávidas em São Paulo, os dados de 2007 apontam uma redução que chega a 34,7%. As quase 97 mil adolescentes grávidas representaram 16,25% do total de partos no Estado. Índice inferior ao dos anos anteriores. Em 2002, por exemplo, as grávidas nessa faixa etária representaram 18,4% do total de partos e 17,5%, em 2003.

Para Tânia Lago, coordenadora do Programa de Saúde da Mulher da Secretaria Estadual da Saúde, a queda é o principal reflexo do aumento do nível educacional das adolescentes paulistas. "Antes de qualquer ação específica, é o acesso à educação que protege a adolescente de uma gravidez indesejada."

O acesso a métodos anticoncepcionais, segundo Tânia, também surtiu impacto sobre o índice.Em 1999, foram registradas 144.362 ocorrências no Estado. Em 2000 foram 136.042. Já no ano seguinte houve 123.714. Em 2002, 116.368. Em 2003 foram 109.082, em 2004 106.737 e, em 2005, 104.984. "Embora a distribuição de anticoncepcionais já estivesse prevista pelo Sistema Único de Saúde (SUS) desde a década de 80, esse fornecimento sofreu diversas paralisações", diz Tânia. "Agora, o País vive um momento em que as adolescentes têm uma maior oferta de anticoncepcionais."

Diferenças
No Brasil, o índice de adolescentes grávidas é de 21,8%, segundo dado do Ministério da Saúde referente a 2005 (último disponível). Em São Paulo, esse índice em 2007 foi de 16,3%. Os dados da 3ª Pesquisa Nacional de Demografia da Saúde da Mulher e da Criança - divulgados na semana passada - revelam que a maior parte dos bebês nascidos no País em 2006 foi gerada por mulheres entre 19 e 24 anos. O estudo considerou o período de 1996 a 2006.

Entre 1998 e 2007, as regiões do ABC, na Grande São Paulo, e de Marília registraram a maior queda no índice de gravidez na adolescência. Há dez anos, foram registrados 8.628 casos no ABC e no ano passado, 5.012 - queda de 41,9%. Em Marília, a queda foi de 41%. No mesmo período, nas regiões de Mogi das Cruzes, Franca e Ribeirão Preto foram registrados os menores índices de queda: 26%, 27,5% e 29% respectivamente. Segundo Tânia, a secretaria prevê ações especiais para o Vale do Ribeira, região mais pobre do Estado.

Emilio Santanna
O Estado de S.Paulo

   
 
   
 

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