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política
18/02/2004
PF vai investigar atuação de Waldomiro no governo

As ações do ex-subchefe de assuntos parlamentares do Palácio do Planalto Waldomiro Diniz, que ocupou o cargo de janeiro de 2003 até a última sexta-feira, serão investigadas pelo governo. O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, disse que a gestão de Waldomiro deverá ser apurada por uma questão de prudência. A investigação não será só administrativa: terá, segundo o ministro, a participação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal. A PF deverá interrogar Waldomiro nos próximos dias e pode pedir a quebra do sigilo do telefone usado por ele no Planalto. Deverão ser rastreadas também as ligações do ex-assessor do Planalto durante sua gestão na presidência da Loterj, em 2002, segundo o delegado César Nunes, responsável pelo inquérito sobre o pedido de propina de Waldomiro ao bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

"É uma investigação que se reveste da cautela necessária ao administrador público", disse Thomaz Bastos. "Com todo esse estrépito, com todo esse alarido, com todo esse impacto que o caso provocou, é de toda conveniência que o governo faça essa investigação".

"Vai ser investigada a conduta dele em razão do cargo que ocupava. Se em razão do cargo ele tiver efetivamente praticado algum delito, nós vamos ouvir as pessoas, vamos procurar identificar tudo", disse o delegado.

Ontem, a assessoria do Ministério da Coordenação Política divulgou nota dizendo que o substituto de Waldomiro se encarregará de levantar as atividades do ex-assessor.

"O governo vai repassar todos os atos de Waldomiro. Eu mesmo enviei aos assessores uma carta pedindo que denunciem se souberem de qualquer irregularidade", disse o líder do PT no Senado, Aloizio Mercadante (SP).

Após audiência com Mercadante, Bastos rechaçou as críticas à Polícia Federal, negando que tenha havido lentidão no cumprimento do mandado de busca e apreensão na casa de Waldomiro. Segundo ele, a pressa não pode comprometer o sucesso da operação:

"A investigação está sendo feita de comum acordo entre o Ministério Público e a Polícia Federal. Uma busca e apreensão determinada no sábado ter sido cumprida na segunda-feira não é uma demora pelos padrões brasileiros. Essas operações têm de ser feitas com planejamento sob pena de se frustrarem. Pegou de surpresa todos os que foram objeto da operação".

Fitas
Bastos disse ainda que as circunstâncias em que as fitas nas quais Waldomiro aparece negociando o pagamento de propina foram gravadas também serão investigadas. Ele afirmou que saber como elas chegaram ao senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) “faz parte do conceito de amplitude que vamos dar à investigação”. Bastos acrescentou que seria possível punir quem guardou as fitas baseado no direito penal.

Já o delegado disse que Waldomiro poderá ser ouvido durante o carnaval. O ponto de partida do interrogatório será a fita de vídeo. Antes do depoimento, o delegado pretende pedir à Justiça Federal cópias dos depoimentos dos bicheiros Messias Ribeiro e Carlos Roberto Martins. Em interrogatório no Ministério Público Federal no dia 7, em Brasília, os dois falaram sobre supostas relações de Waldomiro com Cachoeira e com o espanhol Alejandro Ortiz, acusado de envolvimento com a máfia italiana.

Nunes sustenta que, se for preciso, pedirá a quebra do sigilo bancário, fiscal e telefônico de Waldomiro. O delegado disse que o inquérito vai apurar, inicialmente, crime eleitoral, financiamento de campanhas e, em tese, corrupção ativa e passiva, enquanto o Ministério Público investiga lavagem de dinheiro:

"A PF realizou busca em diversas cidades a pedido do Ministério Público. É um procedimento criminal que visa a apurar lavagem de dinheiro e é diferente de nossa investigação. Vamos apurar crimes eleitorais, financiamento de campanhas em 2002, corrupção ativa e corrupção passiva. Podemos desmembrar o inquérito em dois procedimentos, em razão da especificidade da Justiça Eleitoral. Se outros dados, outros indícios indicarem, podemos instaurar outros inquéritos para apurar lavagem de dinheiro ou qualquer delito que apareça".

O Ministério Público Federal no Rio investiga Waldomiro por crime contra a administração pública e lavagem de dinheiro desde 9 de fevereiro. O caso ficará sob a responsabilidade da 5 Vara Federal Criminal, especializada em casos de lavagem de dinheiro.




As informações são do jornal O Globo.

   
 
 
 

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