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educação
19/03/2004
UnB terá vagas exclusivamente para negros

BRASÍLIA. A Universidade de Brasília (UnB) anunciou ontem os critérios de seleção dos candidatos ao próximo vestibular que poderão ser beneficiados com cotas para negros. Aprovado pela instituição no ano passado — a UnB foi a primeira universidade federal a adotar as cotas — o sistema prevê que os vestibulandos negros e pardos terão que tirar foto no ato da inscrição para disputar as vagas pelo sistema de cotas. É com base na foto que os alunos serão escolhidos para serem beneficiados pelo programa. A medida já provoca polêmica e é duramente criticada por especialistas. A UnB vai reservar 20% das vagas para o sistema de cotas.

Segundo o vice-reitor, Timothy Mulholland, a decisão de incluir a foto tem a intenção de inibir pessoas que queiram se apresentar indevidamente como negros:
“Há uma “tradição criativa” nos vestibulares que queremos evitar”

Os estudantes que quiserem se candidatar às cotas terão que se inscrever em quatro postos específicos do Distrito Federal e outros em Goiás e Minas. Na inscrição, o candidato também terá de preencher um formulário específico. Uma comissão analisará a fotos e o formulário e aceitará, ou não, a inscrição.

Quem não tiver direito às cotas será imediatamente inscrito pelo sistema convencional. Mesmo os negros não precisam, necessariamente, se inscrever no regime de cotas. Eles precisam optar pelo sistema e se declararem negros no formulário. Quem não tiver a inscrição aceita poderá pedir uma revisão à comissão.

Cota independe de recursos
O programa da UnB não prevê reserva de vagas para estudantes de baixa renda. A cota será apenas racial, independentemente do poder aquisitivo do candidato, o que também é criticado por especialistas. Eles criticam o fato de um aluno com alto poder aquisitivo e que estudou em escola particular poder ser selecionado pelo sistema de cotas apenas por ser negro.

Segundo Mulholland, essa foi a decisão tomada pela Comissão de Seleção da UnB por considerar que o acesso de negros é desigual mesmo entre os de classe mais alta.

“Para alunos negros que necessitarem de apoio, a UnB tem mecanismos como moradia estudantil e bolsas de trabalho”, disse o vice-reitor.

Ministro tem outra visão
Ontem, o ministro da Educação, Tarso Genro, ao falar sobre cotas, defendeu uma posição diferente da UnB:

“Em diversas regiões, a maioria dos mais pobres é negra, mas em outras, não”

Tarso disse que o governo prepara uma medida provisória para unir os dois pontos. A decisão de como fazer o processo caberá às universidades, que têm autonomia, mas o MEC deve traçar as linhas.

Para o vice-reitor da UnB, as universidades têm autonomia:

“Nosso processo vem sendo desenvolvido há nove meses. Esperamos o apoio do ministro da Educação”.

Na UnB, a aprovação dos alunos negros seguirá o mesmo parâmetro dos demais. Os estudantes serão classificados pelas notas e os primeiros ficarão com as vagas reservadas. Se houver alunos das cotas que sobraram, mas têm notas melhores que os do sistema geral, eles entrarão. E se sobrar vagas das cotas, elas serão usadas para os estudantes da seleção geral.

 

As informações são do jornal O Globo.

   
 
 
 

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