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confissão
23/09/2004
Fumo faz mal, assumem fabricantes

WASHINGTON - Os fabricantes de cigarros dos Estados Unidos reconheceram ontem os riscos causados pelo fumo à saúde, para escapar de uma ação de US$ 280 bilhões movida contra a indústria do tabaco pelo governo americano. Os produtores são acusados de formação de quadrilha, de terem escondido durante anos as provas sobre os riscos inerentes ao fumo, de terem seduzidos deliberadamente jovens e crianças com anúncios - para transformá-los em viciados - e de por toda a vida terem mentido, sugerindo que os cigarros light são menos nocivos.

A indústria do tabaco agora diz claramente ao público que fumar causa câncer e dependência e que ''nenhum tipo de cigarro é seguro'', disse o advogado Theodore Wells à juíza de Primeira Instância Gladys Kessler, que preside a ação. Wells defende o grupo Altria Inc., proprietário da Philip Morris, e já disse, em outras ocasiões, que algumas das atitudes dos produtores eram ''equivocadas, errôneas e lamentáveis''.

A procuradoria dos EUA afirma que os fabricantes de cigarro se envolveram em um esquema criminoso por 50 anos, conspirando para enganar os consumidores.

Antes do julgamento, a juíza Gladys Kessler disse que o governo dos EUA só poderá receber os US$ 280 bilhões se provar que os produtores violaram leis federais contra a formação de quadrilha e se ficar claro que provavelmente o farão novamente no futuro.

Segundo as empresas, um veredicto como esse destruiria todo o setor.

"Se conseguiram dinheiro de forma fraudulenta, esse dinheiro não lhes pertence", afirmou o advogado do governo americano, Frank Marine, no primeiro dia de julgamento.

Um acordo de 1998 com 46 estados dos EUA impede que a Philip Morris e outras empresas fabricantes de cigarro vendam seus produtos a crianças, tornando improvável a violação, no futuro, da Lei Federal das Organizações Corruptas e Influenciadas pelo Crime Organizado, conhecida como RICO e criada para combater o crime organizado e a formação de quadrilhas.

"Durante os últimos anos houve uma mudança tão profunda e fundamental no modo pelo qual as empresas de tabaco se comunicam com o público americano a respeito dos riscos do fumo que não há possibilidade de que ocorra um desafio à RICO", disse Wells. "A partir de hoje, todo e qualquer réu dessas ações diz ao público americano de forma clara e inequívoca que fumar é perigoso", completou.

Wells afirmou também que o comportamento da indústria no passado não constituiu uma conspiração para a formação de quadrilha, de acordo com os termos previstos na lei RICO.

Além do grupo Altria e da Philip Morris - a maior fabricante de cigarros do mundo -, o Departamento de Justiça dos EUA está processando a R.J. Reynolds Tobacco Co., a Brown & Williamson Tobacco Corp., a British American Tobacco Investments Ltd. (da British American Tobacco Plc.), a Lorillard Tobacco Co. (da Loews Corp.), e o Liggett Group Inc. (do Vector Group Ltd.).

Nos discursos de abertura da sessão de ontem, os advogados do Departamento de Justiça disseram que cigarros com baixos teores de alcatrão são tão perigosos quanto os normais porque os fumantes tragam a fumaça mais profundamente e fumam em quantidades maiores.

No debate de hoje os advogados das empresas disseram que cientistas e médicos pensavam que os cigarros com baixos teores de alcatrão fossem mais seguros. O governo incentivou os consumidores a fumar produtos com baixos teores caso eles não conseguissem parar de fumar, disse a defesa.

"Nossa intenção não era a de enganar as pessoas, mas fabricar e comercializar o que a comunidade do setor de saúde pública desejava", disse William Newbold, advogado da Lorillard.


As informações são do Jornal do Brasil.

   
 
 
 

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