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20/10/2003
Serviço de manobrista pode ser regulamentado

Vanessa Sayuri Nakasato

A Câmara Municipal de São Paulo irá votar, ainda este mês, projeto de lei que regulamenta o serviço de Valet (manobrista) na cidade. O texto, de autoria do vereador William Woo (PSDB), foi elaborado a partir dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), aberta em abril deste ano.

Em seis meses de investigação, a CPI dos Valets constatou que a ausência de regulamentação provocou um crescimento desordenado do serviço. Estima-se que existam, atualmente, 300 empresas funcionando na capital paulista. No entanto, apenas 25 delas são credenciadas à Associação das Empresas de Valets de São Paulo.

Se não bastasse a clandestinidade, uma blitz organizada pela CPI na região de Pinheiros, em maio, comprovou que muitos manobristas despreparados abusam da velocidade, estacionam os carros sobre as calçadas e avançam o farol vermelho. Há, ainda, registros de objetos furtados, batidas e roubo dos veículos.

A assessora de imprensa Karla Ichiba de Oliveira teve seu carro arrombado enquanto se divertia em uma danceteria. Ela deixou o veículo com o manobrista e, na hora de ir embora, o supervisor da empresa foi lhe dizer que havia sido roubada. Quando Karla perguntou se seu carro estava no estacionamento, um dos manobristas simplesmente respondeu que não. “Como o estacionamento estava lotado, estacionamos na rua”, explicou ele.

Foram roubados do veículo o aparelho de som, CDs, a bolsa e até cadernos. A assessora de imprensa pediu que a conta fosse paga pela empresa. Mas o supervisor se recusou a pagar, a acompanhá-la na delegacia e até a discutir o assunto.

“Eu disse a ele que iria processar a empresa. O supervisor respondeu que um processo a mais ou a menos não faria diferença”, relatou ela. Para não ser prejudicado, quem pagou o prejuízo, no final das contas, foi o dono da casa onde Karla estava.

Segundo o diretor jurídico da Associação das Empresas de Valets de São Paulo, Syrius Lotti Jr., as empresas não se credenciam porque é mais fácil trabalhar na ilegalidade. Além de não pagar os seguros necessários, não se responsabilizam pelo carro de ninguém. “Para elas, quanto mais desorganizado melhor”, disse.

Ele afirma que a Associação é favorável ao projeto. Para ele, se a regulamentação se tornar lei, a fiscalização será intensificada e as empresas que trabalham ‘corretamente’ não terão de concorrer com ‘picaretas’.

“Estamos certos de que somente uma lei que regulamente este setor resolverá efetivamente o problema. Sabemos que o serviço de manobrista é de extrema importância numa cidade como São Paulo. Mas é preciso criar regras, para evitar danos aos clientes e aos donos dos estabelecimentos”, ressaltou o vereador William Woo, também presidente da CPI.

O projeto de lei propõe o registro dos manobristas, uniforme e identificação durante o expediente. A empresa de serviço de Valet deverá ter seguro de incêndio, furto, roubo, colisão e de percurso. Deverá emitir recibos, obrigatoriamente. Ter local adequado para estacionar o veículo, cujo endereço terá de ser informado aos clientes. Multa de R$ 5 mil para as empresas que desobedecerem a lei e interdição e fechamento em caso de reincidência.

 
 
 

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