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03/02/2004
Marta privilegia gastos com CEUs

A Prefeitura de São Paulo gastou em 2003 com a construção dos Centros Educacionais Unificados (CEUs) mais de 14 vezes o que investiu em obras de escolas tradicionais. O gasto para erguer os “escolões” também cresceu quase 2,5 vezes de 2002 para 2003, enquanto a verba destinada a obras de centros de educação infantil (CEIs ou creches diretas), escolas de educação infantil (Emeis) e de ensino fundamental (Emefs) caiu de R$ 43,9 milhões (2002) para R$ 18,1 milhões (2003).

No total, a Prefeitura investiu R$ 260,8 milhões na construção dos CEUs em 2003, mais que o dobro do que estava no orçamento 2003 aprovado pela Câmara Municipal, que era R$ 126,5 milhões, e 2,5 vezes o que gastou em 2002 (R$ 105,8 milhões). O mesmo orçamento somava R$ 54,2 milhões para as escolas tradicionais, mas pouco mais de um terço foi empenhado nos projetos.

Desde 2002, quando os CEUs começaram a ser construídos, a Prefeitura investiu R$ 366,6 milhões nas obras. Até 2003, 17 escolões foram inaugurados, atendendo 40.800 crianças.

Com as escolas tradicionais, os gastos em três anos do governo de Marta Suplicy foram bem menores. De 2001 a 2003, foram R$ 117,7 milhões com escolas tradicionais — nesse período, 65 unidades foram inauguradas. Juntas, elas atendem 33.700 crianças.

Os gastos com Educação têm sido uma das principais críticas da oposição à Marta Suplicy. Para o vereador Ricardo Montoro (PSDB), responsável pelo levantamento dos valores, o aumento da dotação para os CEUs é puro “marketing político”, afirmou. Para ele, a cidade precisa de mais escolas menores, mais rápidas e baratas de construir. Ele estima que haja na Capital 170 mil crianças sem vagas.

Na semana passada, a Prefeitura divulgou os gastos com Educação em 2003. O índice alcançou 32,8% do orçamento. Legalmente, o município precisa investir 31%. Para Montoro, porém, o investimento em Educação da Prefeitura atingiu apenas 28,7%. “Foram gastos R$ 350 milhões com projetos que são vedados pela Lei de Diretrizes e Bases (LDB)”, disse o vereador. Entre os projetos, Montoro cita os da chamada educação inclusiva, como os programas sociais.


Resposta
A secretária de Educação, Maria Aparecida Perez, não se manifestou sobre as declarações e os números. Em nota, disse que “nenhuma prefeitura do país gastou em educação o que foi investido em São Paulo”.


VIVIANE RAYMUNDI
do Diário de S. Paulo

 
 
 

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